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Silvio, todo sorridente, mandando flash no olho do seu ídolo albino Johnny Winter

Mais um colaborador, Sílvio Almeida, do RJ, que viu alguns shows em NY, manda para o Carlão Oliveira, que me repassa, também a sua contribuição aos leitores deste blog. Uma viagem musical para vocês curtirem:

Capítulo 1 – a ida

– Entrei no pollstar.com e a primeira pesquisa que fiz foi: Johnny Winter.

Vi que ele estaria tocando em NY e NJ nos dias 14 e 15 de abril, liguei para um amigo que mora em NJ há 9 anos, avisei que tava indo.

Comprei as passagens.

Fui na quarta a noite, sozinho, dia 11/04.

Comprei pela internet ingressos para Johnny Winter no dia 15 (dia 14 só vendia na bilheteria), Leon Russel no dia 16 e John Mayall no dia 20.

Tinha Buddy Guy na sexta-feira 13, ingressos não estavam mais a venda on-line.

Capítulo 2 – A aventura

13/04 – Buddy Guy no bar do BB King, sold out. Primeira frustação. Fico na fila de espera e não consigo entrar.

14/04 – Pego um trem, viajo mais de 1 hora para a cidade de Mamaroneck, bem distante de Manhattam, mas ainda dentro de estado de NY pra assistir ao primeiro show do Johnny Winter em um teatro espelunca.

Sold out. Não consigo entrar. Segunda frustação.

15/04 – Pego outro trem, para a cidade de Ridgewood, em NJ, bar chamado Blend Bar, estilo do Mistura Fina no Rio de Janeiro.

Capacidade: 300.

Publico por mim estimado: 600.

Johnny Winter tocando.

Situação climática: Furacão, tempestade, chuva, vento, pânico, terror. Tudo errado.

Começa o show, e o albino arrebenta!!!!!!!!!!

Sem me estender muito, um set de 70 minutos exuberante, com highlights de BlackJack (chorei nessa), It`s All Over Now (o Paul Nelson, doublé de manager e second guitar, formado na mesma turma que o Stevie Vai, está até agora procurando o albino, que barbarizou no solo dessa música, a única além da abertura em que houve um segundo guitarrista).

Além disso, nas músicas com a firebird no final do show, a Highway 61 e Mojo Boogie, no som da guitarra slide parecia que tinha 3 ou 4 guitarristas slideando juntos, mas era apenas um senhor albino, idoso, esgotado, mas com alma. Uma aula de arrepiar os cabelos!!!!

Acaba o show, eu extasiado, pergunto ao Paul Nelson se ele se lembra de mim de 2003, em Praga, quando fui ao Backstage. Ele responde: Hi Sergio (meu gêmeo), let`s go to the backstage!!! Quando disse a ele que tinha perdido o show na noite anterior ele me dá a entender que se eu tivesse chamado ele na porta ele teria me colocado pra dentro do teatro. Sem comentários… Tirei 2 fotos com o albino, disse que tinha ido do Brasil para assistir seu show, peguei autógrafo, enfim, todas as coisitas que fazem parte da vida dos fanáticos compulsivos… Já valeu a viagem.

16/04 – Leon Russel no BB King.

Nunca fui muito fan do Leon, mas o respeito e reconheço seu peso na cena dos anos 70. Achei o show muito bom, bastante parecido com o show do Dr.John que tive a oportunidade de ver no Tim Festival de 2005. Valeu muito a pena. Fiquei amigo dos gringos que estavam na mesmo mesa que eu e me pagaram várias cervejas. Quando estava indo embora, eles me chamam para ver uma Jam session que estava rolando no palco ao lado do show do Leon. Quando lá chego, simplesmente estão tocando juntos o Jon Paris na guitarra (ex-baixista do Johnny Winter, durante muitos anos), Jeff Ganz no baixo (um dos melhores baixistas do JW de todos os tempos) e Tom Coptom nas baquetas (o melhor baterista do JW de todos os tempos, canhoto, e que fez coisas que eu nunca tinha visto antes na vida). Pedi e eles tocaram várias musicas do JW. Tirei fotos. Fiquei maluco.

20/04 – John Mayall & The Bluesbreakers no BB King.

Eu não tinha tido a oportunidade de ver o JM no Brasil em 2003. Recuperei o tempo perdido. Que show !!!!!!!!!!!!

O guitarrista deve pesar mais de 200 kg e vale quanto pesa! (acho que é o mesmo que veio ao Rio). O batera tá com o JM há mais de 20 anos e é genial.

O baixista embora competente, é apagado em relação ao resto da banda.

Quando ao mestre John Mayall, sem comentários, um performer na plenitude da palavra. Tocou teclado, gaita, guitarra, cantou, enfim, uma aula de entretenimento com um domínio da platéia que nunca antes eu tinha testemunhado. O ponto alto foram vários covers do Freddie King (ele acaba de lançar um disco de covers em sua homengem), Roadworks (uma aula de gaita) e uma música que ele fez para sua mãe que morreu ano passado com 99 anos e era uma grande fã de blues. Um show que lavou a alma e me fez diminuir a frustação pelo que havia perdido no Brasil.

21/04- Não tinha nada programado, então vou para o Greenwich Village assistir ao show dos Radiators, banda de southern rock honesta de Nova Orleans, e que fez um belo show, repleto de energia, em um cubículo onde estava escrito que o limite de público estabelecido pela lei era de 150 e devia ter umas 400, das quais 399 fumando haxixe (eu não estava). Essa noite acabou de manhã peregrinando de bar em bar do Village. Mucho Loco.

Enfim, essa foi uma viagem exótica, inesperada, rock n roll e muito divertida.

Grande abraço

Silvio

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