O goleiro Jonas foi o destaque da partida com dois gols na vitória do Santa Quitéria sobre o Iguaçu (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)| Foto:

 

CARREGANDO :)

Primeiras partidas das semifinais terminaram com vantagem para Trieste e Santa Quitéria

Publicidade

02/11/2013 | 20:03 | Murilo Basso, especial para a Gazeta do Povo

Na tarde deste sábado (2), Santa Felicidade respirou futebol. As partidas entre Trieste x Combate Barreirinha e Iguaçu x Santa Quitéria começaram a decidir os finalistas da Suburbana 2013. Do tradicional bairro curitibano, o Trieste leva vantagem para segunda partida; já o Iguaçu, atual campeão, precisará reverter o resultado.
Os duelos da volta acontecem no próximo sábado (9), em Santa Quitéria e no Recanto Tricolor, em Almirante Tamandaré, sede do Combate.

Iguaçu x Santa Quitéria – Com os pés e mãos de Jonas

Se você quiser encontrar “Seu” Pedro, 72 anos, professor aposentado, basta ir ao Egidio Ricardo Pietrobelli aos sábados – afinal, hábito de mais de 50 anos, não se deixa de lado facilmente. Nascido na capital paranaense, “Seu” Pedro diz torcer para o finado Ferroviário e, hoje, “apenas simpatizar” com o Paraná Clube. Mas o coração bate mais forte pelo time do bairro, o Iguaçu. “Conheço a escalação de trás para frente”, afirma orgulhoso, já encostado no alambrado, antes de dizer o onze inicial em voz alta.

Neste sábado, Iguaçu e Santa Quitéria, se enfrentaram pela semifinal da Suburbana 2013. Entre orientações aos atletas e ofensas à arbitragem, “Seu” Pedro relembra o passado. “Acompanhei o comecinho da carreira do Cuca [hoje técnico do Atlético-MG]”, diz, tentando recuperar as lembranças. “Certa vez, em um jogo contra o Capão Raso, ele recuperou a bola na intermediária e meteu um ‘balaço’, a três passos da entrada da área. Foi um dos gols mais bonitos que vi”, completa ele, que jura ter visto grandes partidas de Dirceu Krüger ainda no início de carreira, pelo União Ahú.

Publicidade

O primeiro tempo da partida foi disputado. O gol do time da casa, marcado logo aos 25 minutos por Moscatelli, após boa tabela com Guilherme, não iludiu o torcedor ilustre. “O Santa Quitéria está melhor”, analisou. Mesmo assim, os gritos de incentivo não podem ser interrompidos – exceto quanto o alvo se torna Jonas, goleiro adversário. “Como ele defendeu essa bola? Desgraçado!”, reclama, instantes antes do lance que definiria a partida: aos 41 minutos da primeira etapa, o árbitro marca pênalti para o Santa Quitéria. Solitário, Jonas caminha lentamente até a área adversária para cobrar a penalidade. Ele desloca o goleiro Vilson – que jogou no extinto Colorado e passou pelas categorias de base do Paraná Clube até se profissionalizar no Tricolor da Vila Capanema– e empata a partida. Na volta para sua meta, ele olha para os torcedores do Iguaçu e provoca: “Vou fazer mais um!”. O árbitro apita e “Seu” Pedro parece saber que seu sofrimento está apenas começando.

Trieste x Combate Barreirinha – Redenção

Menos de 2km dali, acontecia a outra disputa valendo vaga na grande final. Também sediado em Santa Felicidade, o Trieste foi fundado em 8 de junho de 1937 por imigrantes que vieram da cidade italiana que empresta seu nome ao clube. Diz a convenção que seu grande rival é o Iguaçu, mas não é esse o clima sentido nas arquibancadas do Francisco Muraro. “O sangue sobe mesmo quando jogamos é contra o Combate”, diz um torcedor, se referindo ao adversário deste sábado.
O segundo tempo iniciava com o marcador zerado, mas os torcedores já adiantavam a injustiça no placar. “O goleiro deles fechou o gol”, contou “Seu” Antônio, comerciante, que marca presença nos jogos acompanhado do neto, Paulo.
O Trieste pressionou até abrir o marcador, aos 20, mas a alegria durou pouco, afinal aos 26 minutos o Combate empatava após falha grosseira de Muriel. Antônio não poupou o zagueiro: “Esse moleque sempre achou que era craque. Mete um bico para o lado” – enquanto os companheiros consolavam Muriel, Paulo brincava com um carrinho nas pernas do avô.

Os minutos seguintes se resumiram ao Trieste pressionando sem precisão, mas cedendo espaços para os contra ataques do Combate. O prêmio pela persistência veio no minuto final: escanteio pela esquerda e a bola sobra para Fernando, sozinho na pequena área, cabecear e definir a vitória, por 2 a 1. Na comemoração, o abraço no companheiro que havia falhado.
Enquanto “Seu” Antônio deixa o estádio Francisco Muraro sorrindo com Pedro nos braços, do outro lado da linha, é a vez de “Seu” Pedro lamentar. “Perdemos, 3 a 1”, conta, resignado. “Não dá mais, acabou. Além de fechar o gol, aquele Jonas fez mais um e nos matou. Tem coisas que só acontecem com o Iguaçu”. Também há coisas que só acontecem na Suburbana.

Confira as fotos das duas partidas

Publicidade

 

 

 

Publicidade

 

 

Publicidade

 

 

 

Publicidade

 

 

 

Publicidade

 

 

 

Publicidade