Terrine de batata yacon, abacate do Mahatma Gourmet, servida no jantar. Foto: Divulgação.| Foto:
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Faz mais de um ano que comentei num post sobre a falta de lugares veganos que abram à noite em Curitiba. E sejam mais restaurante que lanchonete, porque em algumas ocasiões merecemos pedir entrada, prato principal e sobremesa, sem ter que catar no cardápio os pratos que podem ser alterados. “Você pode trocar o presunto Parma por cogumelos?”, eu pergunto por aí, e alguns garçons fazem cara feia. Tudo bem, em alguns lugares é ruim para a cozinha adaptar alguns pratos. Mas às vezes a gente precisa ser meio chato pra que vejam que tem mercado e que não precisamos pedir sempre salada. “A pessoa antes de virar vegetariana tinha o hábito de ir a um restaurante, beber uma cerveja no bar… essas pessoas ainda gostam de fazer isso, mas ficam limitadas, não têm para onde ir. O que temos hoje [disponível no mercado] são pratos do dia a dia, ainda não chegamos ao prato mais elaborado, com uma apresentação bonita. Estou ansioso para que isto aconteça”, me disse Rafael Rupp, chef consultor e vegano há dois anos. É dele a base do cardápio do restaurante Veg e Lev, aberto em fevereiro. Pois começamos a ser bem servidos recentemente: no último mês dois lugares abriram na cidade. Um, novo em folha. O outro, uma ampliação de serviço.

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O Mahatma Gourmet começou a servir jantar à la carte além do buffet de almoço diariamente. A maior parte do cardápio da noite é vegan e há várias opções sem glúten. Eu e meu namorado convidamos um casal de amigos onívoros para ir conosco e posso dizer que eles não sentiram falta de nada de origem animal — na verdade, na sobremesa, alguns de nós comemos sobremesas com leite. O restante, todo vegano.

O cardápio do Mahatma está disponível on-line com os valores de cada prato. É bacana porque você pode ir “montando” na sua cabeça qual será sua refeição. Mesmo assim cheguei lá e fiquei em dúvida. Fui de berinjela em crosta de pistache, que vem acompanhada de tagine de tomate e alcachofra com um toque de cardamomo (R$ 34,50). Confesso que fiquei surpresa com o sabor do prato, achei que seria mais simples e até um pouco sem graça, mas foi meu preferido dos quatro que pedimos (claro que belisquei um pouco de cada um, rs).

Quem pensou todo o cardápio e testou os pratos foi o sócio-proprietário Vladimir Scanavaca, que tem um pé na cozinha e outro na administração. Há meses que soube que ele estava planejando abrir à noite, e dá para ver que as centenas de dias valeram cada segundo. A influência do cardápio é mediterrânea e traz preparos mais tradicionais como risoto de arroz negro com cogumelos e vinho (R$ 30) a entradas interessantes como a terrine de quinoa negra com abacate, yacon, tomate e manjericão (R$ 29). Para fechar a refeição (quem avisa amigo é), guarde espaço para o sorvete de biomassa de banana verde com cacau e castanha portuguesa ao creme de conhaque (R$ 12,90). É sem glúten, é vegana e serve duas pessoas (juro).

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O recém-inaugurado Veg e Lev não é um restaurante vegetariano, mas todo o cardápio é. Achou estranho? É que a proposta é que todos os pratos sejam vegetarianos e, se for o caso, seu amigo que “precisa” comer carne, tem opção de pedir uma proteína animal separadamente. Mas o bacana vai ser levar ele lá e mostrar quanta coisa boa tem no menu (que também está on-line!) e totalmente vegetariana. 😉

Quem criou o princípio do cardápio, cujos pratos são inteiramente veganos, foi o chef Rafael Rupp, instrutor do Senac e chef consultor. Ele é vegano há dois anos e dentre os pratos que criou para o menu do Veg e Lev estão o risoto de arroz negro, um assado de legumes com purê de batata e beterraba, o nhoque de banana-da-terra com cogumelos e um béchamel de amêndoas com amendoim, entre outros. As sobremesas também merecem destaque: o brownie vegan servido com sorvete Tofutti custa R$ 16.

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Para evitar desperdício de comida, o Veg e Lev aposta na escolha de três pratos quentes para o dia, além das entradas, saladas e sobremesas. Acho bacana, porque quem não trabalha na área de comida sabe pouco desta parte: muita coisa é desperdiçada diariamente em um restaurante, e iniciativas como esta ajudam a montar um esquema diário na cozinha de aproveitamento dos insumos frescos. Os sucos também são uma delícia. No dia em que fomos ao Veg e Lev, adoramos o nhoque e um curry de grão-de-bico ao molho de cerveja. O nhoque custa R$ 26 e é servido às quintas e sábados e o curry sai por R$ 23 (a porção é farta!) e é feito às terças e quintas. Quem quiser pode pedir por telefone e ir buscar (a embalagem custa R$ 1,50).

 

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Serviço

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Mahatma Gourmet, Rua Professor Macedo Filho, 199, Bom Retiro – (41) 3022 6875. Serve jantar de terça a sábado das 19h às 23h.

Veg e Lev, Alameda Prudente de Moraes, 1.218, Centro – (41) 3121-1218. De segunda a sexta-feira das 11h30 às 14h30 e aos sábados das 12h às 15h.