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México, Argentina e Peru têm mais restaurantes do que o Brasil na lista do World’s 50 Best Restaurants Latin America 2015. Além disso, descemos posições e perdemos dois representantes. Em compensação, puxamos para nós o prêmio de melhor chef mulher – Roberta Sudbrack, que tem seu restaurante no Rio de Janeiro – e tivemos a estreia do Lasai, do mesmo Estado, do chef Rafa Costa e Silva, que entrou já na 16ª posição, a “highest new entry”. Levou prêmio. Mas teve um gosto de consolação. Até a torcida brasileira estava fraca. Apesar de os cariocas darem um show, estavam todos lá liderados pelo francês Claude Troisgros – o Olympe, restaurante comandado por ele e seu filho Thomas, saiu da 35ª para a 23ª colocação. Outro que melhorou sua posição foi o Épice, do paranaense Alberto Landgraf, subiu 10 casas. Quem ficou com o primeiro lugar pela segunda vez foram os peruanos com o restaurante Central do chef Virgílio Moreira (na foto abaixo com a chef Pia León, sua mulher). O país ainda incluiu mais um nome na lista.

A cerimônia de premiação do World’s 50 Best Restaurants Latin America Latam S.Pellegrino/Panna, promovida pela revista inglesa Restaurant, foi realizada no final de setembro no Antiguo Colegio de San Ildefonso, uma bela e imponente construção, com vários ambientes, no centro da cidade do México. Mais de 500 pessoas foram à festa, que teve champagne, tequila, mezcal, drinques, sucos e cerveja mexicana, canapés e muitas tortillas. A cidade substituiu Lima – anfitriã nos dois primeiros anos do prêmio na América Latina.

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O D.O.M. do chef Alex Atala desceu uma posição, foi para o quarto lugar, mas levou o prêmio, ainda é o melhor restaurante do Brasil. O chef não apareceu, nem indicou representante para receber. Foi criticado por não prestigiar os jovens profissionais. Atala também não foi a Londres no começo do ano para o 50 Best internacional. Seu séquito de fãs diz que ele faz bem em ignorar o prêmio, que é injusto. “Ele não precisa mais, já é um chef reconhecido”, dizem em uníssono. Aqueles que o criticam acham que sua postura demonstra falta de profissionalismo e respeito. “Assim o Brasil não cresce. Atala faz descaso nem indicando um representante para trazer o prêmio para o seu país”, dizem. Rodrigo Oliveira, do Mocotó, também não apareceu.

Fora do eixo Rio – São Paulo só aparece na lista o Remanso do Bosque, de Belém, dos irmãos Castanho. Não temos bons restaurantes nos outros Estados? Claro que sim. O que acontece com a nossa gastronomia então? Estaria perguntando o leitor. Por que perdemos para a Argentina, por exemplo? Com certeza temos melhores estabelecimentos espalhados pelo Brasil, ganhamos em quantidade e em variedade. Também temos excelentes casas de carne, como Fogo de Chão ou Vento Haragano, citando duas de São Paulo, mesmo assim, a churrascaria La Cabrera no país vizinho está na 19ª posição na lista. Sem dúvida, Buenos Aires é um destino turístico barato e o resultado disso é evidente, assim como a boa atuação do Peru, onde o governo convida jornalistas e formadores de opinião para visitar o país e conhecer seus restaurantes e o principal evento de gastronomia do país, o Mistura.

Ajuda a entender a incoerência o fato de o Brasil ser muito grande, ter a maior população e riqueza (PIB), e contar com o mesmo número de votantes das outras três regiões, 63. Cada membro do júri vota em quatro restaurantes do seu país e três de fora, que tenha visitado nos últimos 18 meses. Outro fator da baixa representação dos brasileiros na lista pode ser atribuída ao governo, que não ajuda a promover os restaurantes daqui, ou por ter outras prioridades, ou por não imaginar quanto uma indicação ou uma estrela no Guia Michelin atrai turistas para o local, impulsionando a indústria de serviços. A união entre os chefs, situação que agora começa a mudar, também era apontada como motivo de menor representatividade na lista. Sabemos que os chefs de outros países são mais unidos.

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O Brasil aparece com oito casas na lista. O que os chefs pensam disso? Acham que poderíamos ter mais, com certeza, mas comemoraram a indicação, “o prêmio leva mais gente aos restaurantes”. “É um reconhecimento de que estamos no caminho certo”, afirmam, lamentando, porém, a não inclusão de casas, como o restaurante Manu, da chef Manu Buffara. Não nos destacamos no 50 Best, porém, o famoso Guia Michelin entre todos os países da América Latina escolheu o Brasil para a sua estreia. Foi aqui que os inspetores chegaram para avaliar restaurantes no Rio de Janeiro e em São Paulo. Prova de que temos um trabalho consistente.

O 50 Best é um prêmio diferente, pois não paga para ninguém comer nos restaurantes, bancamos todas as despesas, também inclui donos de restaurantes no júri, o que costuma ser motivo de crítica, mas, com certeza, a lista é um referencial respeitado. Virou uma marca, ajudou a criar um movimento e aponta os estabelecimentos que estão na vanguarda da gastronomia contemporânea. É claro que o número 1 não é o melhor restaurante do mundo, ou da Ásia, ou da América Latina, mas é claro que é um restaurante excelente e que faz um trabalho diferenciado. Como os organizadores afirmam, “o prêmio é um panorama anual das opiniões e experiências de mais de 250 especialistas no setor de restaurantes. Não há critérios pré-definidos e os votos são dados em ordem de preferência. Saiba mais aqui.

Confira a lista completa

1 Central, Lima – Melhor restaurante do Peru

2 Boragó, Santiago – Melhor restaurante do Chile

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3 Astrid y Gastón, Lima, Peru

4 D.O.M., São Paulo – Melhor restaurante do Brasil

5 Maido, Lima, Peru

6 Quintonil, Cidade do México – Melhor restaurante do México

7 Tegui, Buenos Aires – Melhor restaurante da Argentina

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8 Mani, São Paulo, Brasil

9 Pujol, Cidade do México, México

10 Biko, Cidade do México, México

11 Parador La Huella, José Ignacio – Melhor restaurante do Uruguai

12 La Mar, Lima, Peru

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13 Pangea, Monterrey, México

14 Roberta Sudbrack, Rio de Janeiro, Brasil

15 El Baqueano, Buenos Aires, Argentina

16 Lasai, Rio de Janeiro

17 Gustu, La Paz, Melhor restaurante da Bolívia

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18 Criterion, Bogotá, Colômbia

19 La Cabrera, Buenos Aires, Argentina

20 Malabar, Lima, Peru

21 Chila, Buenos Aires, Argentina

22 Amaranta, Toluca, México

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23 Olympe, Rio de Janeiro, Brasil

24 Harry Sasson, Bogotá, Colômbia

25 Osaka, Santiago, Chile

26 Épice, São Paulo, Brasil

27 Sud 777, Cidade do México, México

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28 Aramburu, Buenos Aires, Argentina

29 Alto, Caracas, Venezuela

30 El Cielo, Bogotá, Colômbia

31 Fiesta, Lima, Peru

32 Ambrosia, Santiago, Chile

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33 Restaurante Leo, Bogotá, Colômbia

34 Osso Carniceria y Salumeria, Lima, Peru

35 Mocotó, São Paulo, Brasil

36 La Picanteria, Lima, Peru

37 Elena, Buenos Aires, Argentina

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38 Remanso do Bosque, Belém, Brasil

39 Olviedo, Buenos Aires, Argentina

40 La Bourgogne, Punta del Este, Uruguai

41 Maximo Bistrot, Cidade do México, México

42 Andres Carne de Res, Bogotá, Colômbia

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43 Restó, Buenos Aires, Argentina

44 Rosetta, Cidade do México, México

45 Don Julio, Buenos Aires, Argentina

46 99, Santiago, Chile

47 Nicos, Cidade do México, México

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48 Tarquino, Buenos Aires, Argentina

49 Dulce Patria, Cidade do México, México

50 Rafael, Lima Peru

Outros prêmios

Best Pastry Chef CacaoBarry Astrid Gutsche, Astrid y Gastón, Peru

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Prêmio pelo conjunto da obra Enrique Olvera, restaurante Pujol, México

Chef’s Choice Rodolfo Guzmán, restaurante Boragó, Chile

Veuve Clicquot Latin America’s Best Female Chef Roberta Sudbrack, Brasil

Highest Climber Award (subiu 21 posições) Criterion, Colômbia

Melhor New Entry (primeira vez na lista) Lasai, Rio de Janeiro

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