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Em muitos lugares deste vasto mundo, sorvete sempre foi considerado alimento – o que de fato é, à vista de seus componentes: leite, açúcar, frutas e xaropes. Da infância em Paranaguá, guardo lembranças do picolé (ou dolé), que cabia dentro do mil reis que recebia aos domingos para ir ao Cine Santa Helena assistir aos seriados de Tarzan ou Flash Gordon – era só atravessar a rua e, na fábrica de gelo de “seu” Leopoldo, pagar 200 reis por um picolé de frutas. Foi um luxo quando apareceu a novidade do esquimau – um doce gelado, coberto por chocolate.

Em Curitiba, onde o inverno já foi muito mais frio, não era comum o hábito de tomar sorvete o ano inteiro – fazia parte, apenas, do programa de verão. Na história do sorvete curitibano, não pode faltar o Bar e Confei­taria Stuart. No ano de 1953, a proprie­dade dos irmãos Mehl ganhou mais uma palavra em seu nome: passou a ser também Sorveteria. Leopoldo e Affonso, os proprietários, eram casados com as irmãs Oliva – Dibe e Zaira Abrahão. Elas preparavam em casa sucos naturais de frutas, cozinhavam ameixas pretas, usavam chocolate ou creme, tudo resultando em saborosos sorvetes. Hoje, essas delícias não são mais vendidas por lá.

As pioneiras

Na mesma década de 1950, curitibanos passaram a apreciar os produtos de duas sorveterias abertas quase ao mesmo tempo: A Formiga e a Sorvetes Gaúcho. A segunda fabrica até hoje, artesanalmente, mais de 35 tipos de sorvetes, e tem como público cativo os jovens, crianças e suas respectivas famílias, que comparecem ao lado do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, na Praça do Redentor (também chamada de Praça do Skate ou do Gaúcho). Seus proprietários, família de origem libanesa vinda do Rio Grande do Sul, continuam os mesmos há 58 anos – abriram, como bar e merceria, no final do ano de 1954, mas o alvará definitivo, onde já consta a venda de sorvetes, é de 1.° de janeiro de 1955.

No outro lado da cidade, no bairro Água Verde, A Formiga foi fundada em 1951 e também reivindica o título de “a mais antiga da cidade”; sua atual proprietária comprou a sorveteria em 1988.

Em 1990, a Confeitaria Lancaster foi a primeira a apostar para valer no saboroso gelado europeu. Enviou um confeiteiro à Itália para aprender e, de lá, trazer os macetes (e os ingredientes) de um dos mais famosos sorvetes do mundo.

A fria Curitiba e os curitibanos começaram a receber sorvetes dos mais variados – hoje temos algumas sorveterias famosas, merecendo elogios de turistas e “gourmets” que nos visitam. Aqui também chegou, mais recentemente, o frozen yogurt.

Serviço: Sorvetes Gaúcho – Praça do Redentor, 13, São Francisco – (41) 3223-5054. A Formiga – Avenida Iguaçu, 2.011, Água Verde – (41) 3242-0563.

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