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O cantor e compositor Renato Teixeira contou com a ajuda das nuvens para encher o show em Campo Mourão | Carlos Ohara/Gazeta do Povo
O cantor e compositor Renato Teixeira contou com a ajuda das nuvens para encher o show em Campo Mourão| Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo

Nuvens carregadas estacionadas no céu que encobre a cidade contribuíram para evitar que a apresentação do cantor e compositor Renato Teixeira se transformasse em um retumbante fracasso de público, no encerramento das apresentações do palco Conexões, instalada na praça São José em Campo Mourão, no Centro Oeste do estado. Teixeira subiu ao palco às 15h09.O sol era intenso e o termômetro marcava a temperatura de 32 graus, máxima prevista para hoje. Sob as árvores, nas laterais da praça um diminuto número de pessoas acompanhou o inicio do show. Poucos se atreveram a enfrentar o sol escaldante e chegar próximo ao palco. A estimativa era de presença de 250 pessoas.

Intercalando muitos goles de água entre as músicas, Teixeira usou o recurso de conversar com a plateia entre uma música e outra, sempre com um discurso de defesa da música classificada como raiz e remetendo a exaltação de músicos das décadas de 60 e 70. Foi em uma destas paradas que o cantor contou que quase se transformou em paranaense durante sua infância. Nascido em Santos, no litoral paulista em 1945, ele revelou que seu pai chegou a se mudar para Porecatu, no Noroeste do Paraná. "Ele permaneceu por ali por pouco tempo e eu quase fui um paranaense", disse ele. A infância do cantor porém, foi vivida na cidade de Taubaté, na região do Vale do Paraíba paulista, de onde ele extraiu a inspiração de boa parte de suas composições.

Quase quarenta minutos após iniciado o show, as nuvens se concentraram na praça, bloqueando o sol. O público da cidade começou a aparecer. Mesmo assim, o número de presentes não chegou a mil pessoas até o final da apresentação, encerrada uma hora e meia após o inicio. O cantor, que não conseguiu empolgar os presentes, teve maior reciprocidade da plateia quando cantou as consagradas "Romaria", gravada por Elis Regina, e "Amanheceu, peguei a viola", já no final.

Sintonia

O governo do estado investiu pesado na estrutura da Virada Cultural de Campo Mourão, com a instalação de um grande palco, seguranças particulares e a montagem de dezenas de banheiros químicos, que na maioria não chegaram a ser utilizados. Mesmo assim, o evento não chegou a causar empolgação na população que compareceu em número reduzido nas apresentações programadas.

O prefeito da cidade, Nelson Tureck, e sua filha, a deputada Marla Tureck, presentes na apresentação de Renato Teixeira acreditam que houve falhas na definição da programação e na divulgação. "O evento foi organizado pelo governo em Curitiba e os shows foram definidos de cima para baixo, sem consultar os municípios ou a população. Tiveram artistas por aqui que não são fazem parte do gosto do povo. Tinha que ouvir mais as cidades", analisou Tureck, que acredita que nas próximas edições "o povo ainda vai se acostumar". O prefeito também criticou a falta de divulgação do evento na cidade pelos órgãos de comunicação locais, mesma tese apresentada ontem pela secretária municipal de Cultura, Sonia Singer.

Mas, se houve erros no planejamento de atrações e horários por parte do governo estadual, o mesmo ocorreu com a participação dos grupos locais, responsabilidade da prefeitura de Campo Mourão. A maioria dos artistas que se apresentaram na Virada são velhos conhecidos do público e estão presentes em quase todos os eventos realizados na cidade, sempre com os mesmo números. É o caso da banda municipal, da trupe de circo, da banda Bons e Velhos - que tocou há duas semana no parque da cidade - e até mesmo da peça teatral "Hamlet Machine", dirigida pelo diretor mourãoense Carlos Soares, que somente neste ano, foi apresentada em quatro oportunidades. Faltou inovação e sintonia com o povo.

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