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Belmiro Valverde na escola que fundou em Piraquara: empenho intelectual pelo desenvolvimento, | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Belmiro Valverde na escola que fundou em Piraquara: empenho intelectual pelo desenvolvimento,| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Nestes tempos de crise cai bem uma obra que proponha estratégias para enfrentar a competição em escala global. O livro póstumo do executivo e professor Belmiro Valverde Jobim Castor “Empresa Brasileira e Globalização: Transformando as Ameaças em Lucros” (Editora Esplendor, R$ 49), que acaba de ser lançado, cumpre com essa expectativa ao oferecer uma abordagem clara e didática sobre estratégia de negócios para empresários experientes e novos empreendedores competirem no cenário de internacionalização da economia.

Bacharel em Direito, economista e doutor em Administração Pública, Belmiro Valverde faleceu aos 71 anos em março do ano passado. No computador dele, a família encontrou a obra póstuma, já acabada, que agora vem a público pela Editora Esplendor.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira, intitulada “Conhecendo (a si mesmo e) o ‘inimigo’”, Belmiro Valverde discorre de forma objetiva sobre o impacto da globalização, o funcionamento dos mercados internacionais, o “Custo-Brasil”, além de diversos aspectos da economia brasileira e dos atores globais que competem com as empresas nacionais.

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Na segunda parte, “Montando o contra-ataque das empresas ameaçadas”, o autor apresenta cinco passos para que empresários possam superar os obstáculos criados por multinacionais e pela globalização e prosperar no ambiente econômico tempestuoso. O modelo estratégico proposto por Belmiro Valverde começa com o planejamento minucioso, identificação do valor a ser criado e reposicionamento da cadeia de criação de valor. Em seguida, a avaliação de recursos necessários e, por fim, execução da estratégia, com os ajustes necessários ao longo do tempo para corrigir distorções, omissões e equívocos.

No prefácio, o economista Judas Tadeu Grassi Mendes afirma que o livro preenche “uma das grandes carências de publicações sérias e bem fundamentadas sobre o Brasil, a empresa brasileira e suas inserções no âmbito global”. Para Mendes, como a globalização é irreversível, há um grande desafio a ser enfrentado pelas empresas brasileiras, que precisam se inserir no mercado internacional. “Este livro é de leitura obrigatória para empresários, empreendedores executivos e gestores de um modo geral que queiram vencer profissionalmente”, avalia o economista. “Belmiro, com este novo livro, nos deixa mais um legado. O seu legado é enorme, tanto no plano pessoal, intelectual como social.”

Belmiro Valverde cultivou vida intelectual e ação pública

Belmiro Valverde Jobim Castor nasceu em Juiz de Fora, em Minas Gerais, formou-se bacharel em Direito pela então Universidade do Estado da Guanabara e concluiu PhD em Administração Pública pela University of Southern California. Trabalhou como diretor do Banco Bamerindus e por três vezes foi secretário de estado. Comandou a pasta do Planejamento por duas vezes, entre 1975 e 1979 e entre 1983 e 1984, e a secretaria de Educação entre 1987 e 1988.

Escreveu artigos para a Gazeta do Povo entre 1995 e 2014. Foi autor de várias obras, entre elas, “Dicionário de Termos de Planejamento Estratégico”, publicada em 2008 e “O Brasil não é para amadores”, publicada em 2000, que posteriormente foi traduzida para o inglês e editada nos Estados Unidos com o título “Brazil is not for Amateurs: Patterns of Governance in the Land of ‘Jeitinho’”. Como professor, deu aula em diversas faculdades, como Universidade Positivo, FAE Business School, no doutorado em Administração da PUCPR, além de ter sido professor titular da UFPR, entre 1971 e 2004.

Por acreditar ser possível oferecer à crianças carentes a mesma oportunidade que outros jovens têm, Belmiro Valverde criou o Centro Educacional João Paulo II, em Piraquara, uma associação sem fins lucrativos que sobrevive de doações. O foco da instituição é oferecer ensino de qualidade para a comunidade local. Na avaliação do jornalista Aroldo Murá Haygert “Belmiro Valverde foi relevante em tudo na vida do Paraná, tendo menos destaque do que merecia. Era um homem capaz de análises profundas em assuntos difíceis, com facilidade para apresentar sua visão de forma didática”. (RD)

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