| Foto: Lula Marques/Agência PT

Condenados no mensalão, mas já livres de suas penas e longe da cadeia, os ex-deputados Valdemar Costa Neto, do PR, e Roberto Jefferson, do PTB, se detestam. Bateram boca publicamente quando Jefferson revelou o esquema em 2005. Mas eles guardam ao menos uma semelhança: são próximos do presidente da República Michel Temer e ambos têm trânsito livre no Palácio do Planalto.

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O encontro de cada um com Temer não é escondido. É registrado na agenda do presidente. Essa aproximação dos dois antigos mensaleiros com Temer se estreitou a partir do ano passado, quando o peemedebista viu seu mandato ameaçado e precisou dos votos do PR e do PTB. Livre das acusações do ex-procurador-geral Rodrigo  Janot, o Planalto foi atrás de Valdemar e Jefferson para garantir votos para a reforma da Previdência. 

Valdemar foi condenado a sete anos e dez meses no mensalão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ficou preso de dezembro de 2013 a novembro de 2014, quando passou a cumprir prisão domiciliar. Em maio de 2016 obteve o perdão de sua pena. 

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Jefferson teve seu mandato cassado na Câmara e foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpriu pena em regime fechado de fevereiro de 2014 a maio de 2015 e, depois, também recebeu indulto do STF e teve sua pena perdoada. 

Jefferson atua mais abertamente. É presidente nacional do PTB, concede entrevistas e frequenta a Câmara, quando necessário. Faz questão de mostrar que está ali. Valdemar é outro estilo. Não gosta de aparecer, não concede entrevistas e nem vai ao Congresso. Ele é funcionário do PR e despacha na sede da legenda, em Brasília. Mas ainda é quem manda no partido. Não há um líder de sua legenda que deixe de consultá-lo antes de qualquer decisão importante ou que anteceda a um encontro com Temer no Planalto. Valdemar dá as ordens. 

Jefferson, agora, fez a filha Cristiane Brasil ministra do Trabalho. Difícil que indicações e medidas importantes da pasta não passem por ele. Nesta quarta-feira (3), ele foi mais Roberto Jefferson do que nunca. Ao anunciar aos jornalistas que sua filha seria ministra, fez pausas, chorou e se lembrou do mensalão. 

Valdemar nomeia e indica seus nomes para diversos escalões, como a Infraero – que tem pleno controle –, ou na área do Ministério dos Transportes. Recentemente, ele conseguiu barrar o plano do governo de privatizar o aeroporto de Congonhas (SP). Jefferson admite disputar uma vaga na Câmara Federal este ano. Valdemar, não. 

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