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Domingos Brazão foi apontado como suposto mandante do assassinato de Marielle Franco na delação de Ronnie Lessa.
Domingos Brazão foi apontado como suposto mandante do assassinato de Marielle Franco na delação de Ronnie Lessa.| Foto: Alerj

Após ter sido apontado como suposto mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão negou as acusações e alegou que não conhecia Marielle em entrevista ao UOL News nesta quarta-feira (24). Ele também afastou qualquer proximidade entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro

"Não conhecia e não me lembro da vereadora Marielle Franco, nem como assessora do [Marcelo] Freixo. Não me lembro da presença dela no plenário. Infelizmente, ouvi falar muito dela quando aconteceu essa trágica ocorrência com ela e com o assessor dela. Eu não tinha relação pessoal nenhuma com eles. E em relação aos personagens Roni Lessa e Elcio Queiroz não os conheci", declarou Brazão ao UOL.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de ser aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Brazão negou qualquer proximidade. Desde o início das investigações, ativistas políticos de esquerda tentaram vincular Bolsonaro e pessoas do seu entorno à morte de Marielle.

“Fui vereador com a Rogéria Bolsonaro [ex-mulher de Jair Bolsonaro], depois fui deputado por alguns anos, depois chegou o Flávio Bolsonaro. Conheço o presidente Bolsonaro. Não sou, assim, próximo do presidente, nem politicamente aliado ao presidente, mas conheço o presidente Bolsonaro, conheço a sua família”, disse Brazão.

O conselheiro também comentou sobre a concessão de passaporte diplomático que teria sido dado pelo Bolsonaro a um familiar dele. "Não é o Bolsonaro que dá, é uma prerrogativa do deputado federal. Ele tem essa prerrogativa e a família de todos os 513 deputados se requerer o passaporte diplomático tem o direito também", disse.

Em relação ao inquérito da Procuradoria-Geral da República, que apontou Brazão como um dos suspeitos em meio à federalização do caso Marielle em 2020, o conselheiro afirmou que "buscará reparações à altura". "Não tomei nenhuma medida porque o caso não foi fechado. Vou buscar o foro pertinente às reparações à altura. É um direito meu como cidadão. Vamos analisar tudo aquilo que seja passível de reparação", declarou.

Brazão também disse que não teve acesso aos autos e negou qualquer possibilidade de "complô" para prejudicá-lo. Ele reforçou a nota da Polícia Federal informando que as investigações ainda estão em andamento “há cerca de onze meses” – desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou uma força-tarefa – e que a apuração segue em sigilo sem data prevista para encerramento.

"Ontem, a Polícia Federal fez uma nota oficial dizendo que isso não procede. Não tive acesso e acredito que isso [Lessa ter citado o nome de Brazão] não seja verdade. Caso seja, a PF estará diante de outro crime, que é a pretensão desse cidadão, desse marginal, de querer proteger alguém ou receber alguns benefícios", disse Brazão.

Quem é Domingos Brazão

Domingos Brazão, de 58 anos, foi deputado estadual do Rio de Janeiro, pelo MDB, por cinco mandatos consecutivos. Ele já colecionou muitas polêmicas e foi alvo de suspeitas de corrupção, que o fizeram ser afastado e depois reconduzido ao cargo de conselheiro do TCE-RJ.

Em 2017, ele e outros quatro conselheiros chegaram a ser presos temporariamente na operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio.

Brazão também é apontado como líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias cariocas. Já respondeu por acusações de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e o envolvimento com milícias para a compra de votos e formação de curral eleitoral.

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