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Integrantes da banda de rock escocesa Nazareth vão discutir com advogados nesta quarta-feira (14) a possibilidade abrir um processo por injúria e difamação contra os sócios do Espaço Unique, casa de shows localizada em Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado.

De acordo com a produtora da banda no Brasil, Andréia Cosme, os músicos se sentiram humilhados ao se submeterem a uma revista no interior da delegacia de polícia da cidade. "Foi vexatório. Os integrantes da banda, já sexagenários, foram obrigados a encostar na parede para a revista policial, que não encontrou nada", disse a produtora.

Segundo Andréia, a revista policial só ocorreu porque os responsáveis da casa de shows disseram que a banda estaria utilizando entorpecentes. "No dia seguinte, em entrevista a uma emissora de televisão, um dos sócios da casa voltou a insinuar o uso de drogas", disse a produtora.

Na madrugada de segunda-feira (12), os integrantes da banda deixaram o palco da Unique após a execução de duas músicas, alegando que os equipamentos estavam transmitindo descargas elétricas. Eles foram levados até a delegacia e foram escoltados até o retorno ao hotel, onde parte do público os aguardava com insultos. A produtora acusa os sócios da casa de incitarem o público contra a banda. "Os donos da casa e amigos deles foram ao microfone e começaram a chamar os músicos de "velhos, filhos....que não tinham consideração com Campo Mourão", falou ela.

Oxigênio

Miécio Tezelli, sócio da Unique, disse que ao chegar na cidade, na tarde de domingo (11), a produção da banda solicitou a presença de um médico no hotel e a disponibilização de um cilindro de oxigênio. "Eles estavam agindo de forma estranha e falavam palavras desconexas", disse Tezelli. O médico responsável pelo atendimento ao vocalista da banda não quis ser identificado e disse que não poderia falar sobre o assunto em virtude da ética profissional. O cilindro de oxigênio teria sido levado ao camarim durante o show. Tezelli relatou que algumas pessoas que estavam no local disseram ter visto os músicos fazendo uso de drogas antes de subir ao palco.

Contrato

De acordo com Andréia, a presença do cilindro de oxigênio tem sido solicitada pela banda nos últimos quatro anos. "Eles são os monstros do rock, mas já tem uma idade avançada. Sempre solicitamos a presença do cilindro no rider técnico, para qualquer eventualidade. Outros artistas também usam devido a temperatura, como é o caso do clima em Campo Mourão", explicou ela. Sobre o médico, ela informou que o vocalista Dan McCafferty, de 67 anos, estava com tosse, possivelmente adquirida durante a passagem da banda pela Rússia. "O médico receitou um xarope para ele", afirmou.

A produtora voltou a dizer que a casa não tinha a fiação elétrica aterrada no palco e que os choques eram constantes. "Eles me disseram que só estava aterrado até a mesa de mixagem. As tomadas onde foram os equipamentos da banda estavam desprotegidas. Faltou estrutura para o nível do show", afirmou ela. Para comprovar sua versão, a produtora enviou cópias do contrato de rescisão assinado com a casa de shows.

Nos termos do contrato, os contratantes assumiram a existência da falha técnica e a banda devolveu R$ 25 mil dos R$ 30 mil que havia recebido como cachê. "Até arrependemos em devolver o valor, porque houve quebra de contrato e não esperávamos que eles inventassem esta tese de uso de drogas". afirmou Andréia.

A banda Nazareth deixa hoje o hotel em Maringá, onde está hospedada desde segunda-feira, e segue para Caruaru onde tem show agendado para quinta-feira.

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