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O filme é de 2013, mas eu só assisti este ano. E, como sempre nesses casos, fiquei um pouco frustrado de O Lado Bom da Vida não ser tão fidedigno ao livro que o originou, do escritor americano Matthew Quick, publicado nos Estados Unidos em 2008 e que está virando best seller por aqui no caminho contrário, impulsionado pelo sucesso nas telonas. Não que o filme seja ruim. Não é. Mas no cinema um dos personagens mais importantes da trama perde a força: a mãe do protagonista.

Um breve resumo do enredo: Pat Peoples é um professor de História de 30 anos, internado para tratamento psiquiátrico após um surto de fúria em que agride o amante da esposa até quase matá-lo. No período de quatro anos em que fica na casa de repouso, Pat é demitido da escola em que trabalha, recebe pouquíssimas visitas do pai, perde o contato com todos os amigos e não é convidado para o casamento do próprio irmão.

A única pessoa que não desiste dele é a mãe, Dolores, que, contrariando os prognósticos médicos e assumindo todos os riscos, consegue permissão judicial para levar o filho novamente para casa e devolvê-lo à vida.

Não fosse o amor da matriarca dos Peoples e nosso amigo Pat – que no cinema é vivido pelo galã do momento em Holywood, Bradley Cooper – continuaria internado. Consequentemente, não teríamos a história de fato do filme, a trama romântica que se desenvolve na sequência e muda a vida de Pat, a qual você pode conferir no filme. E/ou, de preferência, no livro.

Dolores Peoples não são difíceis de serem encontradas. As mais conhecidas estão na Argentina, onde os processos dos desaparecidos políticos na ditadura militar só não viraram blocos de arquivos graças à pressão das Mães de Maio. Mas não é necessário atravessar fronteiras para vê-las.

Nos dias de visita em presídios, são sempre elas as primeiras da fila, dispostas a passar por humilhações na revista para visitar os filhos – sejam eles simples ladrões de galinhas, sejam assassinos hediondos, abominados pela sociedade.

Nos hospitais infantis, são elas que deixam tudo para trás, incluindo a própria casa e família, muitas vezes a centenas de milhares de quilômetros, para ficar ao lado dos filhos na busca pela cura de suas doenças, mesmo que essa cura não exista.

Mulheres que, como Dolores Peoples, fazem com que o filme de muitos de nós, filhos, não acabe no meio da sessão – por pior que seja o roteiro.

Um feliz Dia das Mães a todas elas no próximo domingo!

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