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Greve na USP teve início no dia 21 de setembro motivada pela falta de professores.
Greve na USP teve início no dia 21 de setembro motivada pela falta de professores.| Foto: EFE/Isaac Fontana.

A Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) divulgou nesta quinta-feira (26) um comunicado informando que o calendário acadêmico não foi alterado e que se os estudantes continuarem em greve podem ser reprovados por falta. A mobilização dos estudantes começou no dia 19 de setembro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e, dias depois, vários institutos da universidade aderiram ao protesto.

A paralisação completou cinco semanas. Segundo o comunicado, a partir da sexta semana de paralisação, os estudantes não terão mais como repor as aulas. O calendário acadêmico não vai ser alterado e termina no dia 22 de dezembro, informou a Agência Brasil. A Diretoria da Associação de Docentes da USP (Adusp) disse que recebeu o informe com "indignação" e encaminhou, nesta quinta (26), ao Conselho de Graduação da USP (CoG) um ofício no qual solicita que a normativa seja revogada.

“É retaliação ao movimento estudantil, uma vez que limita a possibilidade de reposição de aulas e estabelece redução no percentual de frequência, o que pode resultar em reprovações indevidas e injustificadas”, diz a entidade. Na prática, a ameaça significa que alguns alunos poderão perder a vaga na instituição, pois não é permitido reprovação em todas as disciplinas em um mesmo semestre.

Em nota, o Diretório Central de Estudantes (DCE) da USP afirmou que a possibilidade de reprovação é uma punição política. A greve foi motivada pela falta de professores. Segundo o DCE, alguns cursos podem ser extintos por falta de docentes e funcionários como os cursos de Letras-Coreano, Editoração, Pedagogia de Ribeirão Preto e Formação de Atores.

O reitor Carlos Gilberto Carlotti confirmou que, entre 2014 e 2022, a USP perdeu 879 docentes. Os estudantes falam em um déficit de mais de mil professores. Segundo a reitoria, apenas a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (FFLCH) mantém a paralisação. As outras 40 escolas e faculdades retomaram as atividades. Além dos estudantes, professores e funcionários da FFLCH também estão em greve. Questionada se a comunidade acadêmica foi consultada da decisão da reprovação por faltas, a reitoria informou que todos foram comunicados.

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