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Além de serem professoras, Iris, Fabiane, Simone e Rosiani têm algo em comum. As quatro utilizam o jornal como recurso em sala de aula. Lecionando em escolas municipais de São José dos Pinhais, cada uma buscou um objetivo específico ao escolher o periódico para motivar os alunos ao conhecimento.

Por meio de uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, as quatro puderam apresentar os resultados de seus projetos a professores das 60 escolas da rede. “Nosso principal objetivo foi valorizar o trabalho do professor e realizar um momento de formação e conhecimento sobre o uso do jornal. É muito importante mostrar as possibilidades e encorajar a criatividade. Na educação, é preciso sair do lugar comum”, conta Lilian Maria Chiminello de Oliveira, coordenadora de Língua Portuguesa do Departamento de Ensino Fundamental.

Fabiane Aparecida Negoseki Pampú revelou que sua inspiração com as notícias surgiu na Escola Municipal Alfredo José Eichel, em 2010, quando a Gazeta do Povo publicou a reportagem especial dos Diários Secretos. “Curiosamente as crianças despertaram o interesse para a política, pois justamente estávamos em período eleitoral. Fiz diversos cursos e oficinas pelo projeto Ler e Pensar, e o Boletim de Leitura Orientada ajudou muito”, revela. O alvo da professora foi estimular o olhar crítico e a busca pelo conhecimento. A partir da leitura, muitas atividades seguiram: varal de notícias, charges, entrevistas, interpretação dramática. O resultado final foi a realização de uma verdadeira eleição dentro da escola. O aluno eleito ficou encarregado de cumprir as promessas de benfeitoria, fiscalizados pelos seus eleitores.

Simone Nogueira de Lima foi a segunda a se apresentar. Atuante na Escola Alexandre Leon de Carvalho, mostrou toda sua criatividade nas múltiplas ações promovidas com o uso do periódico. Papelão, giz e jornal impresso foram soluções para driblar a falta de recursos tecnológicos de ponta: construção de hemeroteca, estudo da meteorologia, jornal varal, lapbook – uma versão de laptop artesanal, jornal falado, comparação midiática. Houve ainda o jogo do blackout da notícia – no qual os alunos riscavam a matéria até sobrarem palavras-chave que compunham uma frase com sentido. “Criar conhecimento para você não tem sentido. É preciso compartilhar. Por isso, ao final, desenvolvemos um blog no qual os alunos postaram os resultados do que fizeram”, acrescenta.

Iris Édenna Specht, que leciona na Escola Floresvaldo Meres de Creddo, contou que seu foco foi a análise crítica de charges, a interpretação e a produção textual. Ela criou um sistema curioso para estimular os alunos, no qual eles avaliavam os textos dos próprios colegas, e a reestruturação das produções eram feitas coletivamente, de maneira colaborativa. “Aqueles que tinham suas produções em destaque receberam kits de reconhecimento, com livros e doces. Foi uma ótima iniciativa, pois percebi que os alunos passaram a ter interesse na leitura do jornal, trazendo informações do universo deles. O resultado desses meses de projeto foi evidente – agora, os estudantes escrevem textos elaborados, estruturados e com sentido. Há significado e função social na escrita”, conta.

Por fim, Rosiani Silva Francheto, da Escola Municipal Rosi Machado Marchesini, encerrou o encontro apresentando seu relato pelo Programa Mais Educação. A professora realiza um jornal escolar no contraturno dentro do macrocampo Comunicação, Uso das Mídias, Cultura Digital e Tecnológica. O trabalho teve o objetivo de alcançar os alunos do 1º ao 5º ano com dificuldades de aprendizagem. Além disso, o jornal escolar trouxe o acesso à mídia que muitos na comunidade não dispunham. “Tivemos muitos resultados. Com a mídia, garantimos o direito à voz e à diversidade”, comemora.

Para a professora Julita Aparecida Beninca, que assistiu às apresentações mas ainda não usa o jornal em sala, o evento foi fantástico. “O Ler e Pensar é um projeto inovador. Traz alternativas de práticas pedagógicas e ainda estimula o aprendizado e a leitura pelo prazer. Por isso as crianças se envolvem. Estou torcendo para conseguirmos um patrocinador para nossa escola participar!” revela.

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