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Imagem mostra Teatro Municipal em primeiro plano e ao fundo o local do desabamento dos três prédios | REUTERS/Ricardo Moraes
Imagem mostra Teatro Municipal em primeiro plano e ao fundo o local do desabamento dos três prédios| Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Operário recebe alta

O operário Alexandro da Silva Santos, de 31 anos, recebeu alta na manhã desta quinta-feira. Ele foi resgatado na noite de quarta-feira (25) pelos bombeiros, dentro do elevador do prédio de 20 andares – um dos três que desabaram na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio.

Alexandro trabalhava em uma obra de reforma no 9º andar do prédio. O operário contou que ouviu um estalo e logo depois o prédio começou a ruir.

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Outros casos

Nos últimos anos, outros casos graves de explosões e desabamentos chamaram a atenção do país para o Rio de Janeiro:

2011 – Em outubro do ano passado, uma grande explosão no restaurante Filé Carioca, localizado no térreo do Edifício Riqueza, na Praça Tiradentes, deixou pelo menos três mortos e vários feridos. As vítimas foram arremessadas a cerca de 40 metros do local do acidente. A explosão teria sido causada por vazamento em um botijão de gás do restaurante.

2010 – Em 2010 e 2011, a cidade também foi vítima de diversas explosões em bueiros da Light, concessionária de fornecimento de energia elétrica. O caso mais grave ocorreu em junho de 2010 em Copacabana, na zona sul do Rio, quando um casal de norte-americanos ficou gravemente ferido. A mulher, de 28 anos, teve 80% do corpo queimado.

2002 – Um prédio de cinco andares desabou na esquina das ruas do Rosário e 1º de Março, no Centro do Rio de Janeiro em setembro de 2002. No local, funcionava o Hotel do Rosário e um restaurante. Duas pessoas que estavam hospedadas no hotel morreram. Autoridades disseram na época que o incidente foi provocado por uma demolição inadequada durante uma obra feita no térreo do edifício de cinco andares, onde funcionava o restaurante.

1998 – Em fevereiro, o edifício residencial Palace 2, erguido pela construtora do ex-deputado federal Sérgio Naia, desmoronou matando oito pessoas e deixando 150 famílias desabrigadas. Naia teve o mandato de deputado cassado meses depois, mas foi absolvido em processo judicial que o apontava como réu do crime de responsabilidade pelo desabamento. O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias, mas alegou não ter dinheiro e seus bens começaram a ser leiloados. Dez anos depois da tragédia, famílias ainda aguardavam para receber o dinheiro.

Solidariedade

Em meio a tragédia, pessoas se reúnem com o intuito de prestar solidariedade as vítimas do desabamento de três prédios no Centro do Rio.

O Hemorio pediu ajuda para abastecer o banco de sangue e a população compareceu em massa ao local. Até esta tarde, mais de 300 pessoas foram fazer a doação e aproximadamente 200 bolsas de sangue coletadas.

Para ajudar uma agência de publicidade, um amigo virtual dos sócios criou uma campanha virtual em um site para arrecadar dinheiro para ajudá-los a reerguer uma nova sede. A agência funcionava há apenas cinco meses e a sala onde atuavam era alugada. No momento, nenhum dos cinco funcionários estavam no local.

Serviço:O Hemorio funciona na Rua Frei Caneca 8, no Centro, e funciona das 7h às 18h. Para doar sangue é preciso ter entre 16 e 68 anos (menores de idade precisam estar acompanhados dos responsáveis), estar bem de saúde, ter mais de 50 quilos e levar um documento de identidade.

Veja também

Subiu para cinco o número de corpos resgatados no desabamento de três prédios, no Centro do Rio de Janeiro. As informações foram confirmadas na noite desta quinta-feira pela Secretaria estadual de Defesa Civil.

De acordo com o órgão, os corpos encontrados são de três homens e duas mulheres. Os três homens já foram identificados pelo governo.

Dos corpos de vítimas do desabamento ocorrido na noite de quarta-feira (25) no centro do Rio, que foram encaminhados nesta quinta-feira (26) para o Instituto Médico-Legal (IML), na zona portuária, três já foram identificados. O primeiro foi o de Moisés Moraes da Silva, que, segundo sua prima Vera Lúcia dos Santos Freitas, que reconheceu o corpo, trabalhava como catador de papéis e se encontrava na porta de um dos prédios que desabaram na Avenida 13 de Maio. As outras vítimas identificadas são Cornélio Ribeiro Lopes, de 73 anos, e Celso Renato Cabral Filho, de 44.

Ribeiro era porteiro do Prédio Liberdade e teve o corpo identificado pela filha, Sandra Maria Ribeiro, de 40 anos, que relatou que o reconhecimento do pai só foi possível por causa de um aparelho celular, encontrado no bolso de Cornélio, que telefonou para ela minutos antes do acidente e o número ficou registrado. A filha da vítima informou ainda, que a esposa de Cornélio também estava no edifício no momento do desabamento. Segundo ela, o casal morava na cobertura do prédio.

O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias no Estado em memória das vítimas fatais dos desabamentos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro. O decreto será publicado no Diário Oficial de sexta-feira.

Há pelo menos 21 desaparecidos, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, com base em relatos de parentes e amigos das pessoas que estariam no prédio. Seis pessoas ficaram feridas. Até as 17 horas, 17 mil toneladas de escombros já haviam sido removidas do local.

Obras no interior do edifício seriam ilegais

Familiares esperam notícia de parentes que estavam em prédios

Veja imagens do trabalho dos bombeiros no local dos desabamentos

O coronel Sérgio Simões, disse que os bombeiros "correm contra o tempo" porque o período máximo de encontrar sobreviventes é de 24 horas depois do acidente, ou seja, até as 20h30 desta quinta-feira. Segundo o secretário os corpos encontrados até agora foram levados para o Instituto Médico Legal (IML). Um grupo de famílias será levado ao IML para tentar reconhecer os corpos.

"Agora é uma corrida contra o tempo, estamos priorizando a possibilidade de haver sobreviventes. A chance vai diminuindo, porque os espaços vão se reduzindo", afirmou o secretário. Segundo Simões, embora ainda seja cedo para apontar as causas do acidente, "tudo leva a pensar que, na obra que estava sendo realizada (no edifício Liberdade), alguma estrutura importante do prédio foi danificada".

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (26) que está em estado de atenção porque existe previsão de chuva, o que poderá prejudicar a busca por vítimas.

O chefe executivo operacional do Centro de Operações, Sávio Franco, disse que por causa da possibilidade de chuvas que podem ocorrer entre o fim da noite desta quinta e início da madrugada desta sexta-feira (27), o órgão irá oferecer boletins informativos meteorológicos extras ao longo do dia, para auxiliar os agentes no trabalho de resgate de vítimas.

Trabalho de resgate

Mais de cem homens do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro trabalham na manhã desta quinta-feira nas buscas de vítimas do desabamento de três prédios no centro da cidade. Familiares seguem aguardando notícias. Uma mulher conseguiu falar com o noivo pelo telefone durante a madrugada.

A causa do desabamento teria sido um possível dano estrutural, de acordo com autoridades. Os bombeiros usam cães farejadores, retro-escavadeiras e equipamentos hidráulicos na operação de busca e salvamento.

Os desabamentos ocorreram pouco antes das 21h30, horário de baixa circulação de pessoas no centro do Rio e de menor movimento nos prédios comerciais. Os prédios que ruíram tinham 10, 20 e 4 andares e ali funcionavam escritórios de empresas e lojas de diversos serviços, incluindo uma agência bancária no térreo. Eram prédios antigos e históricos, ao lado do Teatro Municipal, que foi restaurado recentemente e é um dos pontos turísticos do Rio de Janeiro.

Para atender às famílias, foram montados dois núcleos de atendimento – um na Câmara Municipal do Rio e outro em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os dois locais estão próximos aos prédios que desabaram. Os atendimentos são feitos por funcionários da Defesa Civil e a prefeitura. O governador Sérgio Cabral divulgou nota afirmando que o estado dará apoio aos parentes das vítimas do desabamento.

Região está interditada

Os prédios do quarteirão compreendido entre as Avenidas 13 de Maio e Almirante Barroso, a Rua Senador Dantas e a Travessa dos Poetas de Calçada, no centro do Rio, foram interditados na manhã desta quinta-feira. Todas as pessoas que estavam nesses edifícios estão sendo retiradas.

As ruas do entorno estão repletas de pessoas que trabalham nesses locais e chegaram a entrar em suas lojas e salas comerciais. Maria Rosiene, balconista de uma loja que funciona no prédio 118 da Rua Senador Dantas, disse que chegou a subir para trabalhar, mas logo em seguida a Defesa Civil deu a ordem para que o edifício fosse evacuado. "A gente teve que sair do prédio por que estava em risco", disse.

Vários carros que estavam estacionados na região ficaram cobertos de poeira em decorrência dos escombros. Edifícios localizados em volta dos prédios desabados também ficaram encobertos, como o prédio no qual funcionava uma agência do Banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também fica o tradicional Bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.

A prefeitura informou, por volta das 18 horas, que permanecerão interditados trechos na Avenida Treze de Maio, Avenida Almirante Barroso entre Avenida Rio Branco e Senador Dantas. Já a Rua Senador Dantas está funcionando com mão invertida entre Avenida Almirante Barroso e Evaristo da Veiga. O fornecimento de gás para as ruas localizadas no entorno dos prédios que desabaram permanece interrompido, por medida de segurança. O acesso aos prédios da Avenida Treze de Maio está proibido. A via continua fechada para carros e pedestres.

Obras no interior do edifício seriam ilegais

O presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Luiz Antonio Cosenza, declarou que estavam sendo realizadas obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade, na Avenida Treze de Maio.

Uma mesma empresa, a Tecnologia Organizacional (TO), ocupava os dois andares. A TO tinha sala em seis dos 20 andares do primeiro prédio a ruir. Segundo investigações, no terceiro andar todas as paredes haviam sido retiradas.

O engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, consultor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), afirmou que as obras eram ilegais, pois não tinham autorização do conselho. Ele descartou a explosão de gás como causa do desabamento e apontou três possíveis motivos para a tragédia.

"O primeiro e mais provável é que a obra tenha provocado uma alteração estrutural com a retirada, por exemplo, de uma viga. A segunda hipótese seria a corrosão ou infiltração da laje da cobertura. A terceira seria o excesso de peso do material de construção utilizado na obra", afirmou Araújo.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Rio de Janeiro, Sydnei Menezes, acredita que nenhuma das hipóteses explica os desabamentos. "O prédio não teve nenhum movimento pendular, não inclinou para cima ou para os lados. Ele simplesmente desmoronou e levou com ele os outros prédios, colados em divisa. Houve uma ruptura violenta, um colapso fulminante da estrutura. Esse desabamento foi um fato inédito. A maneira como ocorreu, sob o ponto de vista técnico, é realmente algo assustador".

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Familiares esperam notícia de parentes que estavam em prédios

O advogado Guilherme Sousa, de 28 anos, aguarda, na Câmara dos Vereadores, notícias sobre a irmã, Sabrina Padro, programadora, que havia acabado o expediente no prédio 44 da Avenida Treze de Maio e se encaminhou para um curso, no mesmo edifício, na hora do desabamento.

"No Centro de apoio (montado pela prefeitura na Alerj), há cerca de 80 pessoas esperando informações sobre seus familiares", afirmou.

Guilherme soube da tragédia através do telefone do noivo da irmã e desde a noite de quarta-feira procura alguma informação sobre o paradeiro de Sabrina. Leia mais sobre as famílias dos desaparecidos

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