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Começa a contar nesta quarta-feira (19) o prazo de 15 dias que o Ministério Público do Paraná (MP) tem para analisar o inquérito policial que indicia o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho por duplo homicídio. Os promotores de Justiça Danuza Nadal e Marcelo Balzer Correia, responsáveis pelo caso, receberam o documento com as conclusões da investigação, em mãos, na terça-feira (18). Caso a Justiça acate uma eventual denúncia do MP, o ex-deputado irá a júri popular. A pena para o crime pelo qual ele foi indiciado varia de seis a 26 anos de prisão.

Em maio, Carli Filho se envolveu em um acidente de trânsito que deixou dois jovens mortos em Curitiba. O delegado Armando Braga de Moraes, que comandou as investigações policiais, concluiu que o ex-deputado, que estava embriagado e com a carteira de motorista suspensa, foi responsável pela colisão. Carli Filho foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual – quando a pessoa não tem intenção de matar, mas assume o risco de tirar a vida de outras pessoas em virtude de suas ações.

O inquérito policial, com 668 páginas, foi protocolado no cartório do MP no fim da tarde de segunda-feira (17), e chegou à Promotoria de Justiça Junto às Varas de Delitos de Trânsito na terça-feira. O MP tem até o dia 2 de setembro para analisar o inquérito e decidir por denunciar ou não o ex-deputado à 2ª Vara de Delitos de Trânsito.

Segundo a assessoria de imprensa do MP, caso o órgão considere inconsistente as informações contidas no inquérito policial, ainda podem ser solicitadas novas investigações à Polícia Civil. Os promotores que acompanham o caso não se pronunciarão publicamente até a conclusão da análise.

A reportagem tentou entrar em contato durante a manhã com o advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, mas foi informada que ele estava em uma reunião. A reportagem aguarda um retorno do advogado.

Relembre o caso

O acidente envolvendo o ex-deputado ocorreu na madrugada do dia 7 de maio. Carli Filho dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Os ocupantes do Fit, Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, morreram na hora.

O caso ganhou repercussão nacional após a Gazeta do Povo revelar que Carli Filho tinha 130 pontos na carteira de habilitação e do exame do Instituto Médico Legal(IML) informar que ele conduzia o veículo em estado de embriaguez. O caso expôs um histórico de multas de políticos e de 68 mil cidadãos que dirigiam com a carteira de habilitação suspensa.

No dia 29 de maio, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado estadual. O pedido oficial da renúncia foi encaminhado ao presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), e Carli Filho perdeu o foro privilegiado. O ex-deputado prestou depoimento à polícia no apart hotel onde estava hospedado em São Paulo no dia 9 de junho. Ele disse não se lembrar de nada do acidente.

No dia 11 de agosto, após três pedidos de prorrogação de prazo, o delegado Armando Braga de Moraes concluiu o inquérito e indiciou Carli Filho por duplo homicídio com dolo eventual.

Assista abaixo à simulação produzida pela Polícia Científica que mostra como foi o acidente envolvendo o deputado Carli Filho. Clique em "play" e aguarde o carregamento do vídeo

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