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Depois de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a vez do Paraná mergulhar na crise da suinocultura. Além dos embargos comerciais impostos por grandes compradores da carne – primeiro a Rússia, em junho de 2011, depois a Argentina, no começo deste ano –, o setor vê os custos de produção subirem na medida em que a soja e o milho se valorizam. Ontem, até o fechamento desta edição, o cereal e o farelo de soja – principais matérias-primas utilizadas na fabricação da ração animal – subiam intensamente na Bolsa de Chicago (CBOT). O milho era negociado a mais de US$ 7,70 por bushel (o equivalente a US$ 18 por saca de 60 quilos) e o farelo caminhava aos US$ 530 por tonelada.

As cotações internacionais das commodities, que influenciam os preços em todo o mundo, espalham otimismo entre os produtores de grãos, mas contribuem para que a suinocultura se torne inviável. Com o excesso de oferta da carne no país – efeito das restrições à entrada do produto brasileiro em mercados consumidores –, os preços recebidos pelos criadores estão longe garantir rentabilidade suficiente para cobrir os custos de produção. A maioria já amarga prejuízo, o que, na prática, significa dívida maior.

O colapso chegou à principal região produtora do Paraná e uma das mais importantes do país. No Oeste, onde está concentrado o maior plantel de suínos do estado, centenas de criadores abandonaram a atividade, assim como em Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Muitos trocaram a "criação de dívidas" pelo cultivo de grãos.

Os que ainda lutam pela sobrevivência da suinocultura seguem esta semana à Brasília numa manifestação que tem direito a passeata ao longo da Esplanada dos Ministérios e churrasco de suíno à porta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As entidades que representam o setor participarão de uma Audiência Pública no Senado Federal na quinta-feira (12).

Sabendo do protesto, o governo deve lançar hoje medidas de apoio à suinocultura, que há tempos dá gritos de desespero.

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