Após terrorismo com agulhas, produtores de morango adotam detectores de metal

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Produtores de morango do oeste da Austrália estão comprando detectores de metal para garantir que as frutas saem de suas propriedades em perfeitas condições, após vários consumidores terem encontrado agulhas escondidas nos moranguinhos, o que espalhou pânico e prejuízo milionário à cadeia produtiva.

Segundo o presidente da Associação de Produtores de Morango da Austrália Ocidental, Neil Handasyde, o escaneamento das frutas contra a presença de agulhas está sendo feito a pedido dos grandes varejistas e de seguradoras, que buscam encontrar meios de restaurar a confiança dos consumidores.

“Do ponto de vista da indústria, temos certeza (que as agulhas) não vêm das fazendas, mas estamos tentando retomar a confiança dos consumidores para que eles saibam que quando comprarem morangos não haverá nada além de morangos na embalagem e que eles são seguros para a alimentação”, disse Handasyde à emissora ABC de televisão.

“Estamos buscando muitas maneiras diferentes de lidar com essa questão. Já foram comprados detectores de metal e estamos estudando o uso de embalagens à prova de adulteração”, acrescentou Handasyde, que pagou cerca de 20 mil dólares australianos (R$ 60 mil) por um detector de metal para uso em sua própria fazenda.

Casos de sabotagem de morangos foram registrados em todos os seis estados australianos na semana passada. O governo de Queensland, de onde vieram os primeiros relatos, ofereceu 100 mil dólares australianos (R$ 300 mil) para quem tiver informações que ajudem a localizar e prender os responsáveis por inserir as agulhas nas frutas.

Delightful Strawberries

Seis diferentes produtoras de morangos vendidos na Austrália e na Nova Zelândia - Donnybrook Berries, Love Berry, Delightful Strawberries, Oasis, Berry Obsession e Berry Licious - fizeram um recall e retiraram todos os lotes de seus produto dos mercados até que a situação seja esclarecida.

O Ministro de Saúde da Austrália, Greg Hunt, ordenou que a agência federal responsável por supervisionar a segurança alimentar investigue a forma como a crise das agulhas foi conduzida.

Ele também ordenou que a Food Standards Australia New Zealand, órgão governamental responsável pelo desenvolvimento de padrões alimentares para os dois países, determine se há falhas na cadeia de distribuição que devem ser corrigidas.

“O trabalho é muito, muito claro. Proteger o público e mantê-los a salvo”, disse Hunt à ABC, rede de televisão pública da Austrália.

As duas principais distribuidoras de alimentos da Nova Zelândia, Foodstuffs e Countdown, anunciaram que deixaram de comercializar os morangos australianos até que a crise seja resolvida.

A Nova Zelândia importa morangos da Austrália de abril a setembro, quando não estão na época de produção no país. As duas empresas disseram que em breve poderão reabastecer as prateleiras do mercados com produtos locais.

O vice-presidente da Associação de Produtores de Morango de Queensland, Adrian Schultz, afirmou que este caso único de “terrorismo comercial” deixou esta multimilionária indústria em uma posição de fragilidade. “Estou bravo por todas os associados, pelos fazendeiros, por seus fornecedores, pelos empacotadores e pelos caminhoneiros e suas famílias que repentinamente perderam seus empregos”, disse Schultz. “(O impacto da crise) é algo de longo alcance.”

Coles e Aldi, as duas principais redes de mercados da Austrália, também retiraram os morangos de suas prateleiras em quase todo o país - a única exceção são as lojas na Austrália Ocidental - por prevenção.