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José Roberto Ricke, presidente do Sistema Ocepar | Divulgação/Ocepar
José Roberto Ricke, presidente do Sistema Ocepar| Foto: Divulgação/Ocepar

Apesar do prejuízo de R$ 1 bilhão com a greve dos caminhoneiros em maio deste ano, que paralisou unidades industriais de laticínios, frigoríficos e processamento de grãos, as cooperativas do Paraná – responsáveis por 40% do cooperativismo brasileiro – devem fechar 2018 com crescimento de 18,9%. São R$ 83,5 bilhões em faturamento, contra R$ 70,3 bilhões do ano passado. Em média, desde 2015, o crescimento tem sido acima de R$ 10 bilhões por ano.

“Mesmo com todas as dificuldades vivenciadas no ano de 2018, o cooperativismo paranaense mantém firme sua estratégia de desenvolvimento, com planejamento e novos investimentos. Grande parte dos resultados se deve à conquista de novos mercados, agregação de valor à produção, otimização das estruturas e o processo de integração em desenvolvimento no cooperativismo do Paraná”, disse o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, ao apresentar os números no encontro estadual do setor que reuniu 1500 pessoas no Teatro Positivo, em Curitiba.

Presente ao encontro, o governador eleito do Paraná, Ratinho Junior, afirmou que o cooperativismo pode ajudar o estado a se tornar “o Canadá do Brasil”, com a produção e exportação de produtos de maior valor agregado. “Se somos o maior produtor de alimentos por metro quadrado desse planeta, temos que assumir essa bandeira. Da mesma forma que Israel, Japão e Coreia do Sul produzem tecnologia, os Estado Unidos têm uma forte indústria bélica, a vocação paranaense é produzir alimentos para o mundo”, disse. Junior destacou ainda o momento político diferenciado em que, pela primeira vez em 25 anos, haverá um governador alinhado com os três senadores que representam o estado.

Encontro das cooperativas acontece no Teatro Positivo, em Curitiba
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Para o setor cooperativista, o início de um novo ciclo de governantes é a oportunidade para equacionar deficiências históricas, principalmente em relação à necessidade de investimentos em infraestrutura, como portos, ferrovias, rodovias e suprimento de energia. “Os custos elevados de logística têm penalizado nossa competitividade, em especial para as comunidades mais distantes dos centros consumidores. Talvez tenha sido necessário passar por tantas dificuldades políticas e econômicas no Brasil para que as pessoas de bem se mobilizassem de forma a apoiar as mudanças necessárias. O desejo é que nossas instituições públicas se modernizem, em benefício de toda a sociedade”, ressaltou Ricken.

Em números

O cooperativismo paranaense abrange atualmente 1,8 milhão de cooperados. Em um ano, a base de associados aumentou em 300 mil pessoas (19,2%). As exportações do setor atingiram US$ 3,9 bilhões, montante 17,6% superior ao de 2017 (US$ 3,3 bilhões). No exercício financeiro de 2018, foram R$ 1,9 bilhão em investimentos, R$ 2,1 bilhões em impostos recolhidos e aumento de 3,8% nos empregos diretos, passando de 93.144 postos em 2017 para 96.666 neste ano.

O segmento agropecuário responde por 84,7% do total do faturamento das cooperativas no Paraná. No ramo de crédito, o número de associados atingiu neste ano 1,6 milhão, com crescimento de 20% em relação a 2017. No segmento saúde são 13.312 profissionais associados e mais de 2 milhões de beneficiários.

A perspectiva é de crescimento nos ramos de Serviços Especializados, Trabalho, Educacional, Turismo e Lazer, entre outras. Para Ricken, esses setores terão novas oportunidades “com o advento da nova legislação trabalhista aprovada no Congresso Nacional, que possibilita a terceirização de atividades no âmbito das empresas em geral”.

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