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Atualmente, a Guibon emprega 2.614 funcionários de Cianorte e de outras 16 cidades. Com a nova estrutura, que deve entrar em operação em 2021, a empresa vai dobrar o número de trabalhadores. | Daniel Caron/Gazeta do Povo
Atualmente, a Guibon emprega 2.614 funcionários de Cianorte e de outras 16 cidades. Com a nova estrutura, que deve entrar em operação em 2021, a empresa vai dobrar o número de trabalhadores.| Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo

Cianorte foi fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – da qual herdou o nome peculiar: Cia (Companhia) e norte (de Norte do Paraná). Nesta simpática cidade que ostenta o título de ‘Capital do Vestuário’ – são mais de 450 empresas do ramo –, quem dita a moda é o frango. Com 100 mil habitantes, Cianorte tem o 6º maior plantel avícola do país (e o maior do Paraná): 10,4 milhões de aves; e o maior arrecadador de ICMS e empregador do município não é uma fábrica de roupas, mas um frigorífico.

Fundada em 1997, a Avenorte Avícola, dona da marca Guibon, vai investir R$ 200 milhões na construção de um novo frigorífico. O objetivo é dobrar a produção, que atualmente é de 215 mil aves por dia. De acordo com o diretor financeiro Rodrigo Guimarães, que é um dos cinco proprietários da empresa, o projeto de ampliação nasceu há uns quatro anos, mas ficou travado por causa das crises dos últimos anos. “Em novembro de 2017, resolvemos desengavetar a ideia. Na semana passada, conseguimos um empréstimo de R$ 100 milhões com BNDES. O restante será bancado com capital próprio e com outras parcerias, recursos que também já estão disponíveis”, conta.

Atualmente, a Guibon emprega 2.614 funcionários de Cianorte e de outras 16 cidades. Com a nova estrutura, que deve entrar em operação em 2021, a empresa vai dobrar o número de trabalhadores. No campo também não será diferente. “Em todas as nossas ampliações, foram os avicultores que nos empurraram. Temos filas de integradores querendo expandir. Com a nova estrutura, poderemos aumentar o alojamento, sem a necessidade de novas integrações, apenas com a construção de novos aviários e a diminuição no intervalo entre os lotes”, explica Rodrigo. Ao todo, 600 granjas atendem a Guibon.

O impacto financeiro na região será direto. Segundo o diretor industrial Hugo Leonardo Bongiorno, também proprietário, a empresa injeta mais de R$ 10 milhões na economia local todos os meses. “Apenas com o que pagamos para produtores e funcionários. Isso sem contar os pagamentos indiretos”, revela. A Avenorte Avícola é responsável por 14% do recolhimento de IMCS de Cianorte, a segunda empresa neste ranking contribui com 2,4%.

À margem da crise

Embora não tenha saído ilesa, a Avenorte Avícola sofreu muito menos que outras empresas ao longo das últimas crises, conforme relata o diretor financeiro Rodrigo Guimarães. O frigorífico, que completa 20 anos em 2018, continua exportando para União Europeia, não está praticando o abate Halal e tem um bom estoque de grãos. “Não nunca deixamos de investir e nem de pagar as contas. Isso gera credibilidade no mercado. Nosso modelo de gestão também é diferente. Nós não temos um presidente, mas uma presidência ocupada por quatro diretores. Nossas decisões são conjuntas. Somos uma empresa enxuta, evitamos excessos e desperdícios”, diz.

O diretor industrial Hugo Leonardo Bongiorno revela que uma das vantagens da empresa é a logística. “Nossos frangos estão em um raio 23 km, o menor do país”. Atualmente, a Guibon atua em todos os estados brasileiros e tem habilitação para exportar para mais de 70 países. “No mês passado, 50% da produção foi para as regiões Sul e Sudeste, 25% exportado e o restante para outras regiões do Brasil”, conta Rodrigo Guimarães.

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