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A última vez que houve recorde de produção do grão no Paraná foi no ciclo 2014/15, | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
A última vez que houve recorde de produção do grão no Paraná foi no ciclo 2014/15,| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

37 milhões

de toneladas. Este é o volume total de grãos que o Paraná deve produzir no ciclo 2016/17, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Os agricultores do Paraná estão com a maior safra de soja da histórica engatilhada no campo. Com o início da colheita, que já ultrapassa os 6% da área cultivada no estado, em todas as regiões visitadas pela Expedição Safra na semana passada, a sensação é de otimismo. Se o clima correr bem nos 5,2 milhões de hectares paranaenses dedicados à oleaginosa até o fim da colheita, no início de abril, esta deverá ser a primeira vez que o estado vai colher mais de 18 milhões de toneladas do produto. A última vez que houve recorde de produção do grão no Paraná foi no ciclo 2014/15, quando foram colhidas cerca de 17 milhões de toneladas.

Pela média climática do que tem ocorrido até agora, os produtores não acreditam em problemas. A imensa maioria dos agricultores e técnicos ouvidos pela reportagem falam em um “ano perfeito”, com chuvas no tempo certo e poucos sustos com períodos de estiagens prolongadas. “Se fosse pedido, as coisas não teriam sido tão boas como foram aqui para nós nesse ciclo”, diz o engenheiro agrônomo Reinaldo de Oliveira Azevedo, da cooperativa Primato, com sede em Toledo, Oeste do Paraná.

Nessa região são esperadas cerca de 66 sacas (sc) por hectare (ha) de média geral, o que deve resultar em 3,8 milhões de toneladas de soja – 6% a mais do que no ano passado. “Nós trabalhamos com a projeção de que as lavouras que ainda exigem mais algumas semanas para completarem o ciclo continuarão com o clima que vem se apresentando até agora, de chuvas intercaladas com períodos de sol, o que é excelente também para quem já implantou a nova safra”, prevê.

Na área de atuação da Coamo, sediada em Campo Mourão – maior produtora de grãos do Paraná, com 13% da produção estadual – o clima também é de otimismo. Lucas Gouvea Vilela Esperandino, engenheiro agrônomo supervisor da área técnica da companhia, revela que nos 2,7 milhões de hectares na área de abrangência da organização, a produtividade deve bater recorde. “A média deve ficar em torno das 60 sacas por hectare”, diz. Mas ele enfatiza que pelo fato de a cooperativa atuar em três estados (PR, SC e MS), os rendimentos são diversificados. Os produtores da Coamo que estão colhendo agora no Paraná relatam produtividades acima das 80 sc/ha.

Milho

O principal ciclo de milho no Paraná é a safrinha, mas neste ano houve um aumento considerável de hectares dedicados ao milho verão. Em 2015/16 foram cerca de 415 mil hectares e neste ciclo, incentivado especialmente pelos preços do ano passado, a área passou para 500 mil – aumento de 20%. Mas melhores condições no clima devem fazer a produção aumentar mais que a área, cerca de 30%: de 3,3 milhões de toneladas em 2015/16 para 4,4 milhões de toneladas em 2016/17. Em regiões como o Sudoeste, onde houve aumento de 30% na área de milho verão, a produtividade média nas primeiras lavouras colhidas está em 180 sc/ha (a média do estado é menor que 150 sc/ha).

Noroeste do Paraná sofreu com estiagem de 40 dias

Produtores de soja e milho da região de Maringá, no Noroeste do Paraná, que apostaram em variedades mais precoces, para aproveitar melhor a janela da segunda safra, sofreram com uma estiagem de 40 dias, entre outubro e novembro do ano passado.

Enquanto em alguns talhões a produtividade das primeiras colheitas chega a 60 sc/ha, a poucos quilômetros, as máquinas não tiram nem mesmo 20 sc/ha.

Dirceu Lazarin, produtor rural no município de Paiçandu (30 km de Maringá) conta que pegou em cheio a seca de novembro. “A sorte foi que as plantas estavam pequenas, porque se estivessem enchendo grão eu tinha perdido tudo”, lamenta. Mas, ainda assim, Dirceu pode levar “sorte”. É que ele tem outros 80 hectares em Maringá, que foram plantados mais tarde e não sofreram tanto com a seca. “Agora é torcer para que o clima corra bem para essa área, já que os preços também não estão muito competitivos”, reclama.

Ainda é cedo para falar em quebra, até porque a colheita na região não passa dos 5%. Mesmo com as queixas dos produtores, o rendimento médio para a região deve ser em torno de 44 sc/ha – abaixo da média nacional de 48 sc/ha. Apesar disso, com um aumento de 8% na área plantada de soja, o Noroeste deve colher perto de 600 mil toneladas – o que representa 13% a mais em relação ao volume colhido no ciclo anterior.

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