Luiza Trajano, do Magazine Luiza, participa de chapa apoiada por Abilio Diniz, que deixará o comando da BRF| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Apresentando-se como voz independente na disputa societária em curso na BRF, empresa dona das marcas Sadia e Perdigão, Luiz Fernando Furlan atraiu três executivos de renome para o grupo encabeçado por ele na eleição do Conselho de Administração, no próximo dia 26.

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Disputam uma vaga no conselho Luíza Trajano (dona do Magazine Luiza), Roberto Rodrigues (ex-ministro da Agricultura de Lula) e Vicente Falconi (consultor de gestão empresarial). Ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Lula e herdeiro da família fundadora da Sadia, Furlan afirmou nessa terça-feira, 17, que gostaria de se colocar “como parte da solução” para o conflito entre os principais acionistas da companhia de alimentos.

Furlan se manifestou a favor da manutenção da atual diretoria-executiva. “No fundo, a empresa precisa voltar a crescer. O fundador (da Sadia, Atílio Fontana) dizia que nada substitui o crescimento e nada substitui o lucro. Se a empresa cresce e tem bom resultado, não tem briga de acionista. Quando falta milho no terreiro, as galinhas se bicam”, disse.

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Voto múltiplo

Ele concorre para ser o novo presidente do conselho de administração em substituição a Abilio Diniz. Furlan foi indicado ao cargo na chapa lançada com apoio do próprio Abilio e da gestora Tarpon em oposição à registrada pelos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Petrobrás (Petros). Mas não haverá bate-chapa. A pedido do fundo britânico Aberdeen, detentor de 5% das ações, a escolha será pelo voto múltiplo. Nesse sistema, os acionistas podem concentrar seus votos num só candidato ou distribuir entre vários. A eleição acontecerá na assembleia extraordinária de acionistas, no próximo dia 26.

“Não advogo a favor de nenhum lado. Eu, que não tenho ressentimentos, me coloco na posição de pacificar”, afirmou a jornalistas, numa coletiva feita por telefone e convocada pela própria BRF.

Furlan evitou apontar culpados para a situação da empresa - a BRF apresentou prejuízos inéditos em 2016 e em 2017 -, mas disse que a “visão financista” se mostrou equivocada na gestão, em uma referência à administração da Tarpon, que fora apoiada por Abilio. Ao mesmo tempo, ele classificou como “surpreendente” o movimento de Petros e Previ, que em fevereiro deste ano ingressaram com pedido de destituição de todo o conselho da BRF.

“Essa instabilidade que tem acontecido realmente não tem ajudado a empresa”, disse. “Estou comprometido a olhar para frente. O passado, paciência, é o passado”, afirmou.

Procurados, os fundos Petros e Previ não quiseram comentar.

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