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Brasil é maior produtor e exportador mundial de laranja
Brasil é maior produtor e exportador mundial de laranja| Foto: BigStock

Em meio à queda generalizada de vendas do suco de laranja nos países desenvolvidos, a China pode ser a salvação do setor, pelo menos para os produtores brasileiros não envolvidos diretamente no fogo cruzado das guerras comerciais.

A Citrosuco se encaixa perfeitamente nesse contexto. A companhia brasileira produz suco “commodity” para várias marcas bem conhecidas na Europa e, nos EUA, para a Tropicana, que pertence à PepsiCo. Mas na China é o pequeno varejo e as startups do setor de bebidas que se apresentam como a melhor forma de atingir uma nova geração de consumidores.

A demanda chinesa por suco de laranja veio à tona neste ano; na semana passada, a Citrosuco recebeu um grupo de influenciadores chineses de setores como alimentos, bebidas e moda, para divulgar suas credenciais de saúde e sustentabilidade.

“Temos tentado vender suco de laranja para a China por uma década, sem sucesso”, disse o CEO da empresa, Mario Bavaresco Júnior, em entrevista na unidade de Matão (SP), a maior do mundo. “Agora estamos tentando fazer negócio de uma maneira diferente. A ideia não é oferecer a commodity apenas, mas um produto que pode ser rastreado até sua origem”.

A commodity não sentiu nem de perto o impacto sofrido pela soja e algodão devido à guerra comercial entre China e EUA, visto que a maioria do suco de laranja americano é consumido no próprio país. Mas o conflito comercial acelerou o processo de abertura da China para novos mercados e produtos, beneficiando particularmente produtores de fora dos EUA.

Por enquanto, as vendas da Citrosuco para a China representam apenas 10% dos embarques para a Europa, principal cliente. Mas Bavaresco assegura que a empresa, controlada pelos grupos brasileiros Fischer e Votorantim, está apenas tocando na ponta do iceberg. “É um mercado de um tamanho inimaginável. Só precisamos descobrir como ganhá-lo”.

Pesquisa de laranja com menos açúcares

A venda de suco de laranja em mercados como os EUA e a Europa vem diminuindo devido à tendência dos consumidores de evitar bebidas açucaradas e experimentar novas opções. Ao mesmo tempo, a indústria da Flórida tem sofrido com a doença do “greening”, que fez encolher as áreas plantadas e elevou os custos.

A Citrosuco tira de laranjais próprios metade de todo o suco que processa. E vende a caixa de laranja por US$ 4, enquanto o preço médio da caixa na Flórida está em US$ 14. Os preços futuros na Intercontinental Exchance (ICE) caíram mais de 30% no ano passado e chegaram ao pior patamar em uma década. Mas os produtores que negociam fora do mercado americano escaparam de um impacto maior, e têm recebido prêmios de US$ 400 por tonelada – segundo Bavaresco.

Ainda que a China seja a joia da coroa para a Citrosuco, a companhia busca novos clientes em outros países asiáticos e do Oriente Médio. E também tenta se adaptar à demanda por bebidas com menos calorias. Em parceria com a israelense Better Juice, a empresa tenta desenvolver uma enzima que promete  reduzir até em 80% a quantidade de açúcar no suco de laranja. Em outro projeto, a proposta é utilizar a fibra da laranja como matéria-prima para substituir parte da gordura presente em hambúrgueres.

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