Foto: Ford/ Divulgação| Foto:

Foi o tempo em que picape média era sinônimo de valentia e robustez, com o DNA voltado para o transporte de carga.

CARREGANDO :)

O público da caçamba está cada vez mais exigente, adicionando o conforto e a segurança ao pacote de prioridades na compra do veículo.

Praticamente todos os modelos do mercado brasileiro se aproximaram muito da dirigibilidade de um carro de passeio.

Publicidade

A Ford decidiu elevar essa experiência a um nível pouco visto no segmento. A Ranger chega à linha 2020 com recursos tecnológicos avançados para uma picape no Brasil, além de ajustes na suspensão para atender melhor os ocupantes.

>> Ford aposta em novos SUVs para voltar a crescer no Brasil

Mudanças acompanhadas de uma atualização visual e a aposta na motorização turbodiesel (2.2 e 3.2), eliminando de vez do catálogo a opção 2.5 flex.

Confira a seguir como ficou a nova Ranger, que estreia nas lojas em agosto, pelos mesmos preços da linha anterior. Segundo a montadora, foram adicionados cerca de R$ 12 mil em novos equipamentos e tecnologia, sem cobrar mais por isso.

>> CONFIRA TODAS AS VERSÕES E PREÇOS

Publicidade

Retoque visual

Num primeiro olhar não é fácil notar as mudanças promovidas na linha 2020. A marca garante que "mais de 600 peças foram redesenhadas". A maioria certamente escondidas ao olhar comum.

Mas há novidades. E as que são possíveis enxergar estão quase todas concentradas na dianteira.

A grade frontal manteve o formato trapezoidal, porém os elementos internos trazem novo desenho, com destaque para as duas barras horizontais, ao invés de uma da linha anterior.

>> Caiu no gosto! Dez carros automáticos mais baratos no Brasil

Publicidade

Nova x antiga

Fotos: Ford/ Divulgação

O para-choque e o nicho das luzes de neblina também receberam um tapa no design, enquanto a tomada de ar mudou de posição

Os faróis ganharam iluminação em xenônio na luz baixa na versão topo de linha Limited. As lâmpadas halógenas permaneceram na alta, enquanto a luz diurna é em led.

A Ford "culpou" o alto preço para não colocar full led no conjunto óptico.

Nas laterais as novidades estão no desenho das rodas aro 17 e 18 e dos estribos, que tinham formato tubular e agora estão mais largos. A marca explica que a mudança visa oferecer melhor apoio aos pés.

Publicidade

Nova x antiga

Na traseira, a principal novidade está na tampa da caçamba, que ficou mais leve com a adição de um sistema de molas.

De acordo com a fabricante, o mecanismo propiciou uma redução no peso de 12 kg para 3 kg no movimento de abrir e fechar, podendo ser feito com apenas uma das mãos, sem sacrifício.

O grafismo do nome 'Ranger' na tampa recebeu um novo layout, enquanto as lanternas não foram mexidas.

>> Sem aperto! Os melhores e piores porta-malas de SUVs compactos

Publicidade

Por dentro o retoque é ainda mais sutil, com leve mudança no console e na alavanca de câmbio. De novidade mesmo, a Limited vem com botão de partida e chave presencial, que permite liberar a porta com a chave no bolso.

Note nas imagens abaixo que as diferenças praticamente não existem:

Nova

Antiga

| Foto: Picasa

Tecnologia exclusiva

Mesmo na linha anterior a Ranger já descolava dos rivais em nível de equipamentos de segurança.

Publicidade

Vinha com a exclusividade do farol alto automático e do controle de velocidade adaptativo, que acelera e freio o veículo automaticamente conforme o ritmo do trânsito à frente.

Também era a única a trazer o assistente de manutenção de faixa com correção automática de trajetória. No da Chevrolet S10 há apenas o alerta ao motorista quando o motorista toca a faixa central da pista ou das bordas involuntariamente.

A linha 2020 está mais sofisticada. Além do monitoramento de pressão de pneus, a picape recebeu o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito. Uma câmera lê placas de velocidade das vias e exibe o limite no painel, alertando o motorista.

>> Consumo: SUVs compactos flex menos beberrões no Brasil

Publicidade

Outra novidade importante é a inclusão do assistente de frenagem autônoma com detecção de pedestres. A uma velocidade entre 5 km/h e 60 km/h, a picape consegue detectar outros veículos, ciclistas e pedestres.

Se a velocidade for baixa, o dispositivo consegue parar totalmente o Ranger sem a ação do condutor. Se for maior, ele consegue minimizar o impacto diante de uma possível colisão, caso o motorista não tome a atitude de pisar no freio.

Vida a bordo mais confortável

A Ford decidiu promover melhorias na suspensão diante de reclamações de clientes insatisfeitos com o desconforto em viajar no banco detrás.

Segundo Gilmar Paula, engenheiro-chefe do projeto Ranger para a América do Sul, o acerto foi dividido por faixas de peso, eliminado o ajuste único que gerava comportamentos diferentes entre a picape básica e a topo de linha. Estamos falando de uma diferença no peso de 350 kg da Ranger XL para a Limited (de 1.900 para 2.250 kg).

Traduzindo, as versões com motor 2.2 (XL e XLS) - mais leves - entregam uma calibração, enquanto as com motor 3.2 (XLT e Limited) - mais pesadas, outra.

Publicidade

Para chegar ao nível de comodidade próxima a de um carro de passeio, a Ford reposicionou barra estabilizadora - saindo da frente dos amortecedores dianteiros e passando para trás -, trocou molas e amortecedores, reforçou as longarinas e melhorou a atuação dos coxins.

Realizamos um test drive pela região de Mendoza, na Argentina, local escolhido pela Ford para apresentar a nova Ranger à imprensa sul-americana.

>> PRF já está usando novo bafômetro no combate à embriaguez nas estradas

Na cidade, ela se mostrou melhor preparada para assimilar as passagens em buracos e valetas. Os passageiros do banco traseiro agora sofrem menos com a trepidação típica das picapes médias com suspensão traseira por eixo rígido.

Publicidade

Na terra batida, habitat de muitos picapeiros donos de sítio e fazendas, a suspensão está mais macia e estável, mesmo com a tração 4x4 desligada.

É possível até abusar um pouco da velocidade, sem que o motorista fique brigando com a direção. Novamente, os ocupantes deixaram de ficar pulando feito pipoca a cada ondulação ou desnível do piso.

O sistema de tração foi mantido, com 4x2 (traseira) 4x4 e 4x4 reduzido com blocante eletrônico do diferencial traseiro. A Ranger tem capacidade de travessia de trechos com até 80 cm de água.

Para o motorista, a vida é facilitada com o uso da direção elétrica com assistência durante as manobras. A Ranger e a Volkswagen Amarok são as únicas com esse tipo de direção - as demais utilizam a hidráulica.

Publicidade

O câmbio automático de seis velocidades também recebeu pequenas alterações, como a troca do fluido. A adoção de um óleo de maior viscosidade contribuiu para a troca de marchas mais rápidas, melhorando a retomada de velocidade.

Vacilo nos mimos

Apesar da melhora na vida a bordo, ainda há deslizes no quesito comodidade. A coluna de direção, por exemplo, não tem ajuste de profundidade (apenas de altura).

Também não há saída de ventilação para quem vai atrás. E a tampa do porta-luvas desce de uma vez quando aberta, sem um sistema de mola que amorteça a queda.

Aposta no diesel

A Ford abriu mão do motor 2.5 flex, de 173/ 168 cv (etanol/ gasolina), que já havia deixado o catálogo da picape no início de maio.

A aposta da Ford a partir de agora é somente na motorização turbodiesel. Segundo Antônio Baltar, diretor de Vendas da Ford, o propulsor bicombustível representa apenas 10% dos emplacamentos no segmento. E dentro da montadora norte-americana apenas 5%.

Publicidade

"Cada vez que aumenta R$ 1 mil na versão flex, vende menos, porque no imaginário do cliente a picape tem de ser diesel. Por isso, a lacuna deixada será ocupada pela versão XLS diesel co tração 4x2", ressalta Baltar.

Assim, a Ranger 2020 estará disponível com as motorizações 2.2 turbodiesel, de 160 cv e 39,3 kgfm de torque, e 3.2 turbodiesel, com 5 cilindros, que rende 200 cv e 47,9 kgfm. As transmissões são a manual (configurações mais básicas) e automática, ambas de seis velocidades.

Em busca do terceiro posto

Considerando apenas o motor a diesel, a Ford admite que só perde para Hilux em vendas, superando a S10, que tem um forte mercado na motorização flex.

De qualquer forma, a intenção da marca é conquistar, pelo menos, o terceiro posto no geral (flex e diesel). Para isso, precisará superar a rival Amarok, que possui um comportamento de dirigibilidade parecido com a Ranger.

Publicidade

A rival tem como trunfo a opção do motor V6, de 225 cv e 56,1 kgfm, o mais potente do segmento.

De janeiro a maio, a concorrente emplacou 7.922 unidades, somente 52 a mais que a picape da Ford.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Foto: Geyson Guedes

Ambas, porém, estão bem distantes das líderes. No mesmo período, a S10 licenciou 11.243 exemplares, e a Toyota Hilux, 16.767.

Publicidade

A Ford espera que as novas tecnologias aumentem a procura pelo modelo. Como elas estão presentes na opção topo de linha Limited, a marca prevê que esta represente 28% das vendas da picape.

E aí ao comparar com as configurações mais completas entre as rivais médias, a Ranger leva vantagem ao oferecer o menor preço de compra, ao lado da Mitsubishi L200 HPE-S: R$ 188.990. Confira as diferenças abaixo:

ModeloMotor/potênciaPreço
Ford Ranger Limited3.2/ 200 cvR$ 188.990
Mitsubishi L200 HPE-S2.4/ 190 cvR$ 188.990
Nissan Frontier LE2.3/ 190 cvR$ 194.790
Chevrolet S10 High Country2.8/ 200 cvR$ 195.490
Toyota Hilux SRX2.8/ 177 cvR$ 203.240
VW Amarok V63.0/ 225 cvR$ 205.990

RANGER 2.2 XLS 4x2

R$ 128.250

  • Direção elétrica; câmbio automático; ar-condicionado digital de duas zonas; computador de bordo; chave canivete com controle remoto de abertura e fechamento; quadro de instrumentos configurável com duas telas de 4,2 polegadas; e central multimídia SYNC 3 com tela sensível ao toque de 8 polegadas e comandos de voz
  • Sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista); vidros e retrovisores elétricos; piloto automático; câmera e sensor de ré; limitador de velocidade; ajuste de altura e lombar do banco do motorista; compartimento climatizado no console; e rodas de liga aro 17.
Publicidade
  • Controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; controle automático de descida; assistência de frenagem de emergência; controle de oscilação de reboque; sistema anticapotamento; controle adaptativo de carga; e diferencial traseiro blocante eletrônico.
  • Isofix para cadeiras infantis; ajuste de altura do volante, três pontos de força 12 V; e caçamba com assistente de abertura e fechamento da tampa.

RANGER 2.2 XL 4x4

R$ 132.320

  • Difere da XLS 4x2 pelo câmbio manual; ar-condicionado manual de uma zona; rádio com tela de 3,5 polegadas com conexão Bluetooth e USB; e cinco airbags (dianteiros e de joelho para o motorista).

RANGER 2.2 XLS 4x4

R$ 147.520

R$154.610 (automática)

  • Mesmos itens da versão 2.2 XLS 4x2

RANGER 3.2 XLT 4x4

R$ 176.420

  • + bancos e volante revestidos em couro; sensor de chuva; multimídia SYNC 3 com navegação; faróis com ajuste de altura; monitoramento de pressão dos pneus; retrovisores com piscas integrados e rebatimento elétrico; vidros elétricos com um toque para os passageiros; faróis com projetor, espelho retrovisor eletrocrômico; e para-sóis com espelho e iluminação.
Publicidade
  • Estribos laterais; grade, faróis, retrovisores, maçanetas e para-choque traseiro cromados; e rodas de liga leve aro 18 polegadas.

RANGER 3.2 LIMITED 4x4

R$ 188.990

  • + faróis baixos com xenônio; luz diurna em led; farol alto automático; chave com sensor de presença e botão de partida; sistema de reconhecimento de sinais de trânsito; sistema de frenagem autônomo com detecção de pedestres; e alerta de colisão.
  • Rodas aro 18 com acabamento em cinza perolizado e diamantado; piloto automático adaptativo; sistema de permanência em faixa; acendimento automático dos faróis; sensor de estacionamento dianteiro; ajuste elétrico do banco do motorista em oito posições; sistema de personalização da luz ambiente com sete cores; rack de teto; santantônio exclusivo pintado na cor da carroceria; e protetor de caçamba.

*O jornalista viajou a convite da Ford

SIGA O AUTO DA GAZETA NO INSTAGRAM