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Crime organizado

Igreja falsa, abate de helicópteros: megaoperação descobre como facção emboscava policiais

Operação RJ
Operação da Polícia Civil fluminense prendeu 20 pessoas ligadas à facção TCP, que agia no Complexo de Israel. (Foto: divulgação/Polícia Civil RJ)

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Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, na terça (10), descobriu que a facção Terceiro Comando Puro (TCP) se utilizava de uma igreja falsa para emboscar policiais no Complexo de Israel.

A ação resultou na prisão de 20 pessoas, entre elas um militar do Exército, nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta.

As investigações duraram sete meses e apuraram a existência de uma grande estrutura armada e tática da facção que vinha atuando com métodos de guerrilha urbana. Ao todo, foram emitidos 44 mandados de prisão.

“Eles usam tática de guerrilha, terrorista, de atirar em pessoas inocentes”, disse o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi.

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A operação no Complexo de Israel, no entanto, deixou quatro pessoas feridas em meio ao tiroteio na Avenida Brasil, uma das principais vias da capital fluminense. Para Curi, é um reflexo da própria atuação dos criminosos.

“Os causadores destes ataques que interferem na rotina da população são esses narcoterroristas que atiram deliberadamente contra trabalhadores, em vias de grande circulação, a fim de cessar as ações das forças de segurança”, pontuou.

Segundo a polícia, os criminosos operavam com alto grau de sofisticação e violência, incluindo núcleos dedicados ao abate de aeronaves das forças de segurança. Atiradores ficavam posicionados em oito pontos estratégicos do Complexo de Israel, munidos com fuzis, lunetas e treinamento específico.

Um dos presos apontados como integrante desse núcleo antiaéreo é Luan Lucas França do Nascimento, lotado no Batalhão da Guarda do Exército. Ele foi capturado em Parada de Lucas.

Embora a família afirme que ele apenas visitava a namorada, a polícia sustenta que ele integra a célula responsável por ataques a helicópteros. O Comando Militar do Leste informou que não irá se pronunciar sobre investigações em andamento.

“A função deles eram só atirar nos helicópteros que se aproximavam. Para se ter ideia, nós últimos 5 anos, foram mais de 70 ataques às nossas aeronaves”, afirmou o secretário.

A facção também é acusada de utilizar drones para monitorar as forças de segurança, erguer barricadas, impor toque de recolher, monopolizar serviços públicos nas comunidades dominadas e até promover intolerância religiosa. Um dos grupos identificados pela investigação era responsável por organizar protestos violentos, com queima de ônibus, para atrapalhar a movimentação policial.

Ainda segundo Curi, a ação ainda teve como objetivo capturar figuras-chave da facção, incluindo Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão.

“Mais cedo ou mais tarde eles serão presos. Sempre foi assim. E para o Peixão não será diferente: ou ele será preso ou morto se reagir”, afirmou.

Foram apreendidos oito fuzis, duas pistolas, duas granadas, coquetéis molotov e drogas.

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