De acordo com as investigações, as movimentações financeiras eram feitas por pessoas físicas e jurídicas usadas como laranjas pelo grupo criminoso| Foto: Divulgação/PF
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A Polícia Federal desarticulou um banco criado por um grupo criminoso que era usado, segundo as investigações, para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Criado há 4 anos, o banco virou alvo da PF depois de uma denúncia anônima em 2022, que resultou em uma operação em sete estados e no Distrito Federal (DF).

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A denúncia de 2022 levou a PF até um sítio em Curuçá, no Pará, onde foi encontrada uma tonelada de cocaína. Duas pessoas foram presas na ocasião e celulares foram apreendidos.

A operação que mirou o First Capital Bank foi deflagrada no dia 4 de abril de 2024 e noticiada pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (21).

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De acordo com a reportagem, a operação do dia 4 de abril prendeu 12 pessoas e apreendeu computadores, carros de luxo, dinheiro e joias em uma das sedes do grupo, em São Paulo.

Segundo informou a PF, a partir das mensagens dos celulares apreendidos em 2022, os investigadores identificaram um esquema nas águas do Pará em que o grupo contratava pescadores locais para transportarem cocaína até o litoral, de onde seriam enviadas para Europa e África. O dinheiro da venda da droga seria lavado no First Capital Bank.

Ainda, de acordo com as investigações, as movimentações financeiras eram feitas por pessoas físicas e jurídicas usadas como laranjas pelo grupo criminoso.

"Teve uma movimentação de mais de R$ 50 milhões entre 2022 e 2023. Sem sombra de dúvida, o grupo criminoso que está por trás disso movimenta e movimentou muito além dessa quantia, até porque isso foi o que nós conseguimos identificar até o momento", disse o delegado da Polícia Federal do Pará, Lucas Gonçalves.

Das três pessoas apontadas como sócias do banco, apenas Nailton Rodrigues Coelho foi preso no dia 4 de abril. O segundo sócio, Nelson Piery da Silva, conseguiu escapar momentos antes da chegada da polícia em um condomínio de luxo em São Paulo. A sócia majoritária do banco, Regiane Pereira, também está foragida.

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“A nossa linha de investigação é de que essa mulher, que se apresentava sócia do banco, tinha conhecimento de que o nome dela estava sendo utilizado, sim, para benefício do grupo criminoso. Então ela não figura propriamente, até esse momento da investigação, como uma simples laranja que não sabe do que está ocorrendo. Até o presente momento, o que temos é que ela sabia que o nome dela está sendo utilizado por grupos criminosos para a lavagem de capitais", completou o delegado.

A reportagem do Fantástico confirmou que o banco é uma empresa ativa na Receita Federal, porém, não é registrado na Junta Comercial de São Paulo nem na Federação Brasileira de Bancos. Além disso, o Banco Central disse que o First Capital Bank nunca foi autorizado a funcionar.

A PF disse que não há como afirmar que todos os clientes do banco sabiam do envolvimento da empresa com o tráfico de drogas.

Segundo a PF, o Pará é um local estratégico para o tráfico internacional de drogas por conta da proximidade com países produtores de cocaína, como Colômbia e Bolívia.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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