Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Operação Lava Jato

STJ libera doleiro Alberto Youssef do uso de tornozeleira eletrônica

Para ministro, vigilância de doleiro por mais de duas décadas afeta direitos fundamentais (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

Pela maioria dos votos, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou a medida que determinava o monitoramento por tornozeleira eletrônica do doleiro e delator na operação Lava Jato, Alberto Youssef. A decisão do colegiado em habeas corpus de ofício por excesso de execução da pena ocorreu na última terça-feira (6).

Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

Os ministros determinaram ainda que o juízo de origem, que analisa o cumprimento da pena, determine medida menos grave de monitoramento. Youssef usa o sistema de rastreamento há mais de sete anos após fechar um acordo de colaboração premiada. O doleiro foi preso em março de 2014 em uma das fases da operação, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o principal operador de propina no esquema.

Em 2015, um ano antes de deixar a prisão, o acordo de colaboração premiada foi homologado pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele previa o uso ininterrupto do dispositivo eletrônico por 27 anos com a necessidade de permanecer em casa nos feriados e fins de semana das 23h às 6h.

Para o ministro do STJ Messod Azulay, não se pode usar uma tornozeleira por mais de duas décadas ao analisar que a medida de vigilância afeta direitos fundamentais “até pior que a pena de prisão”. Os ministros Joel Ilan Paciornik e Daniela Teixeira acompanharam o voto ao considerarem que o monitoramento realizado por mais de sete anos não é compatível com o regime aberto, ao qual o doleiro foi submetido.

Os votos contrários foram dos ministros Reynaldo Soares da Fonseca, relator do recurso, e Ribeiro Dantas. O relator reforçou que não se discutiu a proporção da pena, pois o acordo previa até 30 anos e mencionou a reincidência do doleiro, que foi preso mais uma vez no ano passado pela Polícia Federal.

Os ministros analisaram ainda que o uso da tornozeleira não ofende ao regime aberto domiciliar. A Gazeta do Povo tenta contato com a defesa de Alberto Youssef para comentar a decisão do STJ.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.