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Jovens e consagrados artistas argentinos dividem espaço na exposição Coleção Argentina de Arte Contemporânea, com abertura prevista para a próxima quarta-feira, no Museu Oscar Niemeyer. Trata-se de uma seleção de 129 pinturas e esculturas pertencentes ao acervo particular dos argentinos Alberto Elía e Mario Robirosa. O interesse pelas artes visuais levou os dois a investirem na aquisição de obras de seus conterrâneos, no início dos anos 80, e, posteriormente, a promover mostras para difundir o atual momento artístico do país.

O acervo da Coleção Argentina de Arte Contemporânea privilegia artistas "mais pessoais", desligados de correntes estéticas pré-definidas, segundo Elía. "Fiz uma aposta na pintura, em todas as suas manifestações. Não sigo tendências, as modas não me interessam", diz o ex-diplomata, formado em Ciências Políticas.

A coleção contempla um período de produção artística que vai de 1930 a 2000. O quadro mais antigo é um óleo sobre tela, o Boxeador, pintado por Jorge Larco. Entre as principais aquisições em exposição no MON estão obras criadas durante a ditadura militar argentina, que perdurou de 1976 a 1983. O período violento reflete-se "não no tema, mas nas cores da composição e nas sutis mensagens", afirma Elía.

A falta de liberdade política marcou também as relações com os artistas, mal a coleção começava a se formar. Uma mostra de Julio Le Parc, por exemplo, teve de ser suspensa durante três anos porque o artista, exilado, não tinha permissão de entrar no próprio país. Outra, de Pablo Suárez, foi inaugurada com a galeria vazia.

Le Parc é um dos principais nomes da arte argentina, vencedor do Grande Prêmio de Pintura na Bienal de Veneza, em 1966. Sua obra é caracterizada pela investigação estética do movimento – a impermanência e a mutação, manifestadas tanto na forma, quanto na luz e nas cores. Pablo Suárez é outro artista argentino consagrado, que investiu na arte política, como intervenções em sindicatos e outras agremiações, e na arte conceitual, que coloca em evidência os mecanismos da história da arte e dos circuitos culturais. Além dos dois, estão em exibição no MON obras de Fernando Cánovas, Luis Felipe Noe, Pirozzi, Marcia Schvartz, Maggie De Koenigsberg, Daniel Ciancio e Perrotta, entre outros.

Alberto Elía não se define como um colecionador, por não adquirir as peças de arte com a intenção de guardá-las. "É uma atitude diferente. Começou com um projeto cultural de uma galeria de arte que apoiava artistas desconhecidos, o que não se costuma fazer nas galerias porque não é lucrativo, e finalmente se converteu em uma fundação", afirma. A proposta de incentivar as artes agora se manifesta na tentativa de um intercâmbio cultural entre Brasil e Argentina, que deve levar artistas nacionais para expor no país vizinho.

Depois de ser apresentado por dois anos e meio no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, seguir para Córdoba e para o Teatro da Plata, o acervo atravessa pela primeira vez as fronteiras argentinas. Além de Curitiba, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro devem ser os outros destinos da coleção.

Serviço: Coleção de Arte Contemporânea Argentina – Coleção Elía-Robirosa. Abertura na quarta-feira, dia 6, às 19h. Até 9 de setembro. Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. Visitação de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingressos a R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) e livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos de escolas públicas pré-agendadas).

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