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As andanças de um certo Ojuara

Em uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Norte chega o caixeiro-viajante Zé Araújo (Marcos Palmeira), homem correto, mas amante da boa vida, das mulheres, e da cachaça, no filme O Homem Que Desafiou O Diabo, de Moacyr Goés, que estréia amanhã nos cinemas.

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O personagem parece ter sido criado especialmente para Marcos Palmeira: um homem do povo – correto, mas boêmio –, que um dia resolve se livrar de todas as amarras e percorrer o sertão em busca de aventuras, sem perder a doçura. Atende pelo nome de Zé Araújo, ou Ojuara, após uma transformação, e é o protagonista de O Homem Que Desafiou O Diabo, dirigido por Moacyr Góes (Dom e Trair e Coçar É Só Começar), que estréia amanhã nos cinemas.

Baseado no romance As Pelejas de Ojuara, de Nei Leandro de Castro, o filme acompanha a trajetória de Araújo, um homem que é obrigado a se casar após tirar a virgindade da quarentona da cidade (Lívia Falcão) e se torna escravo do sogro e da esposa. Ao escutar uma piada sobre si, decide "enterrar" Araújo e "renascer" como Ojuara (Araújo ao contrário), um destemido e determinado aventureiro (leia resenha na página 2).

"Quando eu li o roteiro, pensei "vou fazer". O roteiro estava muito bem feito e foi muito prazeroso participar desse vôo cego nesse universo", conta Marcos Palmeira em entrevista coletiva realizada em São Paulo. "E me diverti vendo o filme depois, o que é muito raro, pois sou bastante crítico", aponta.

O filme é o projeto mais pessoal de Moacyr Goés, que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, mas desde 1964 vive no Rio de Janeiro. "Foi um reencontro com algo que eu percebi que estava dentro de mim", revela o diretor, que optou por Marcos Palmeira como protagonista pela mistura de energia masculina com certa ternura, característica do personagem Ojuara.

A produção do filme ficou a cargo de Lucy e Luiz Carlos Barreto, em associação com a Warner e Globo Filmes, que está por trás de nove a cada dez filmes brasileiros com bom desempenho nas bilheterias.

Repleto de bom humor e de erotismo (que mesmo passando longe da vulgaridade pode assustar alguns desavisados), O Homem Que Desafiou O Diabo conta com trilha sonora de Gilberto Gil e foi filmado no Rio Grande do Norte, no final do ano passado.

Após a transformação de Zé Araújo em Ojuara, o (anti) herói passa a viajar pelo sertão, lutando contra as injustiças e desafiando qualquer "cabra" que cruze seu caminho. Apesar de destemido, é com o Cão Pequeno (Helder Vasconcelos), versão reduzida do "coisa ruim", que Ojuara vai ter seu confronto final.

Enquanto isso, passa por povoados, bares e bordéis, onde conhece Genifer (Fernanda Paes Leme), uma jovem prostituta que arrasa corações e sofre sob o poder do violento Zé Tabacão (o músico Otto); pretos-velhos e exús que escondem tesouros; a perigosa Mãe de Pantanha (Flávia Alessandra), devoradora de homens; um abominável corcunda (Leon Góes); e enfrenta o desafio proposto por um autoritário coronel (Sérgio Mamberti).

Para o produtor Luiz Carlos Barreto, Ojuara é uma espécie de "primo-irmão" de Vadinho, de Dona Flor E Seus Dois Maridos, e de Macunaíma, do romance homônimo de Mario de Andrade. Pode ser. Resta saber se o filme enfrentará as tímidas bilheterias deste ano com a mesma coragem com a que Ojuara desafiou o Diabo.

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