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A esquisitona Lisbeth Salander sofre com frequentes abusos e ajuda um jornalista a solucionar mistério | Divulgação
A esquisitona Lisbeth Salander sofre com frequentes abusos e ajuda um jornalista a solucionar mistério| Foto: Divulgação

Boxe e uísque

Saiba algumas curiosidades sobre o filme Os Homens Que Não Amavam as Mulheres:

Em entrevista à rede britânica BBC, Noomi Rapace, atriz que interpreta Lisbeth Salanders, disse que se preparou por sete meses para fazer o papel. Entrou numa dieta, teve aulas de boxe e colocou um piercing no nariz.

O programa que Lisbeth Salanders usa para hackear outros computadores chama-se Asphyxia.

Na cena em que janta na casa de Martin Vanger, Mikael se depara com um uísque de 21 anos. No copo, há uma dose de Bushmills puro malte, o mais antigo uísque irlandês.

Episódio um: a Trilogia Milênio, do sueco Stieg Larsson (1954-2004), foi um sucesso mundial de vendas. Pode ser omparada até mesmo ao que conseguiram as séries Crepúsculo e Harry Potter, com a diferença essencial de que Larsson escreveu para adultos. Episódio dois: os três livros já foram adaptados para o cinema e, de quebra, renderam uma série de televisão de sucesso. Episódio três: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, primeiro dos três longas, dirigido por Niels Arden Oplev, conquista público e boa parte da crítica. Episódio quatro: David Fincher, diretor de O Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button, fará o remake do filme sueco que sai agora em DVD. Mas o que ele tem de tão especial, afinal?

É bem provável que a carga dramática e as reviravoltas na trama tenham chamado a atenção dos peixões de Hollywood, mas o que sustenta o filme é uma espécie de "perversão sexual", que acompanha os personagens durante quase toda a trama. A eles.

A bela Harriet Vanger desapareceu há 36 anos na ilha de Hedeby no dia em que o vilarejo estava isolado: um caminhão bloqueou a única ponte que liga o continente ao local. Apesar da insistente investigação policial, a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. O que causa estranheza é que a menina presenteava seu tio Henrik no dia de seu aniversário com uma folha seca prensada. E isso continua a acontecer.

Então, Mikael Blomkvist, jornalista investigativo da fictícia revista Millenium, entra na parada – mesmo que contra ele corra um processo por calúnia e difamação. Mikael, então, viaja para o norte da Suécia, em uma pequena vila, onde mora o poderoso Henrik Vanger, ex-comandante da empresa familiar que leva seu sobrenome.

A história ganha novas e interessantes cores quando Lisbeth Salanders, uma investigadora particular meio gótica e antissocial, chega à cidadezinha para ajudar na investigação, mas acaba por se relacionar – de maneira nada usual, diga-se – com o jornalista. A personagem de Noomi Rapace rouba a cena. Seu passado nebuloso, suas tatuagens exageradas e sua relação incrível com computadores – ela é uma hacker contumaz –, constroem uma figura bizarra, mas interessantíssima.

Oplev, entretanto, quase perde a mão. Durante a investigação, novos fatos vão surgindo e a história ganha em complexidade inútil – até os nazistas entram na jogada. A violência sexual, presente de maneira sóbria e que serve de muleta para apresentar o personagem de Lisbeth, se repete mais e mais, desnecessariamente, fazendo de suecos insuspeitáveis verdadeiros monstros depravados.

A expectativa agora é saber como Fincher, que tem uma queda por personagens bizarros, vai lidar com a trama que quase vira rocambole. Se o personagem de Lisbeth pode ganhar ainda mais em esquisitices e se tornar mais profundo, por outro lado o filme pode perder em sua tensão calculada e dar vez à sequências pastosas bem hollywoodianas. GGG

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