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Sérgio Viralobos (segundo a partir da esq.) lançou o melhor livro de poesias deste ano | Maringas Maciel/Divulgação
Sérgio Viralobos (segundo a partir da esq.) lançou o melhor livro de poesias deste ano| Foto: Maringas Maciel/Divulgação

Calendário

Festivais que receberão o Regra 4 e trupe:

• 21/06 – Fête de la Musique, Courbevoie (Paris)

• 23/06 – Funny Farm, Interlaken (Suíça)

• 26/06 – Balmer’s Tend, Interlaken (Suíça)

• 13/07 – B&B Cavea, Roma (Itália)

• 17/07 – Espírito Mundo, Matera (Itália)

• 18/07 – Habicura, Roma (Itália)

• 19/07 – Sleepness Open Air, Langueton (Suíça)

• 21/07 – Gravação Videoclipe Regra 4, Estudio Phil Colins Relief, Fribourg (Suíça)

• 22/07 – Gravação Videoclipe Regra 4, Estudio Phil Colins Relief, Fribourg (Suíça)

• 25/07 – Café Paris, Paris (França)

"Escrever palavras no ritmo/ E/ou rimadas é um vício/ De linguagem bárbara./ É uma escavação de íntimo/ Em busca da gema do suplício/ Para vendê-la a gente avara/ De emoções ou o que o valha."

Estes são os versos iniciais do poema "Morte Morrida Diária", o primeiro do livro Piada Louca (Editora Nossa Cultura, 2014, 237 págs.), de Sérgio Viralobos. É o melhor livro de poesias deste ano.

O primeiro poema é um espécie de carta de apresentação do poeta e termina assim: "Morrerei de aborto da obra-prima". Os versos deste poeta cantante podem tanto calar quanto animar uma mesa de bar. Eles têm uma das melhores qualidades da poesia, a de surpreender, de chacoalhar com o banal, de instalar o inesperado e fazer o leitor pensar. Além de tudo, é divertida, com uma espécie de humor mal-humorado.

Na apresentação do livro, o também poeta Thadeu Wojciechowski mata a charada poética: "... a linguagem desse cara beira sempre o precipício e você vai ficar realmente abismado ao saber como a simplicidade pode ir fundo e subverter a superfície de todas as coisas deste e do outro mundo".

Um dos principais defeitos da música popular atual, e isso vem se agravando no Brasil e em Curitiba, em particular, é a baixa qualidade das letras. Não é culpa de Viralobos que também é letrista com músicas espalhadas em dez álbuns e que continua produzindo. Muitas dessas letras foram gravadas pelo Beijo AA Força e pelo Maxixe Machine, boa parte delas em parceria com Marcos Prado, que lançou uma sombra pós-morte sobre o parceiro não menos genial.

Agora, Sérgio ressurge sem parceiros nesse livro de dar inveja a qualquer poeta. São 111 poemas colhidos em todas as fases. No livro também estão incluídas peças feitas para virarem música. Não é fácil para uma letra se manter digna ao ser exposta como poesia nua, quando lhe é retirada a música. Não é o que acontece no caso de Viralobos.

Abri o livro ao acaso, à cata de provas, e dei de cara com este "poeletra", "Dois Tipos de Mulher Que Eu Gosto": "Não sei o que mais me apetece/ Se a menina que me escreve/ Ou a mulher fatal sem remorsos// Pode ser linda desportista nata/ Ou criadora de casos/ Corredora de cem metros rasos/ Ou masoquista acrobata// Insone e ensolarada starlet/ Muito tutano para pouca carne/ Naturalmente terá mais charme/ Do que a lei permite".

O livro, como uma coletânea, passeia com a poesia "viralobesca" por vários caminhos. Vai do poeta "gauche", deslocado, ao dono da farra; do escracho ao paratexto bem cuidado; do filosófico ao surpreendente óbvio explosivo. Poesia para ser cantada, estudada, pensada e repensada. Serve para tímidos, introspectivos, ou para ser declamada em altos bardos. Tudo embalado e organizado num belo trabalho de edição.

Como diz o próprio Sérgio Viralobos no último dos poemas de Piada Louca, "Testamento de um Recém-nascido": "Nem mais me lembro quando/ Comecei a brincar com o texto/ Só sei que sempre sonhei/ Que ele tivesse jeito// De imagem, música, cinema/ Todos os ponteiro ajustados/ E levantando a bola pra poesia/ Brindar à vida no bar dos bardos".

Regra 4 Tour

A banda curitibana Regra 4 parte dia 16 de junho para sua terceira tour pela Europa, com passagens por festivais em Paris, Suíça e Itália (confira as datas acima). E vai com os diretores Fábio Allon e Adriano Esturilho (que também é músico e tem trabalho autoral), da Processo Multiartes, a tiracolo para registrar tudo e transformar no primeiro DVD oficial da banda, apoiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O selo PATRA MUSIC, dos músicos Endrigo Betega e Eugenio Fim pretende cada vez mais levar artistas e compositores paranaenses para mostrarem sua música fora do Brasil.

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