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Brasília (DF) – Dando início as comemorações de suas 40 edições, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro teve uma sessão de abertura com muitas homenagens na noite da última terça-feira, no Teatro Nacional. Foram apresentados o longa Proezas de Satanás na Vila de Leva e Traz, de Paulo Gil Soares, e o curta Brinquedo Popular do Nordeste, de Pedro Jorge de Castro.

O trabalho de Soares foi o primeiro a receber o troféu Candango de melhor filme, em 1967, na terceira edição do evento, quando este mudou de nome – de Semana do Cinema Brasileiro para Festival de Brasília. Já o curta de Castro, de 1977, foi o primeiro filme de Brasília premiado na mostra.

Proezas de Satanás... apresenta uma história que divertiu muito a platéia que acompanhou a sessão. A cidade de Leva e Traz, no interior do Brasil, tem seu cotidiano completamente alterado depois que o petróleo é descoberto em sua região. Vários moradores são convocados para ajudar na extração do combustível e se mudam para a vila dos trabalhadores, deixando o município vazio, apenas com os desvalidos que não tinham capacidades físicas de trabalho. Até o padre local se muda, o que abre espaço para Satanás tomar conta de Leva e Traz.

Inicialmente, o tinhoso assusta os habitantes – em seqüências de efeitos especiais toscos, hilários para os dias de hoje. Depois, muda de tática e melhora a vida de todos – devolve a visão a um cego, transforma um anão em pessoal de altura normal, etc – e ajuda a cidade a prosperar. Satanás chega a propor acordo com o Vaticano e acaba até se batizando, para ter um nome e ser candidato a presidente do Brasil. Mas, como sempre, estava na verdade enganando todo mundo.

O filme não é um primor, ficando distante das grandes produções do Cinema Novo produzidas na mesma época, mas tem qualidades como o humor bem sacado e uma trilha composta por um jovem Caetano Veloso, com músicas escritas em parceria com Paulo Gil Soares. "E traz um tema atual (a descoberta de petróleo, uma coincidência), fazendo uma crítica ao ‘capetalismo’", como definiu o veterano ator Joel Barcellos, na apresentação do filme, que teve a cópia recuperada pela Cinemateca Brasileira.

Como destaque, o curta Brinquedo Popular do Nordeste apresenta a fotografia do festejado Walter Carvalho.

O repórter viajou a convite do festival.

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