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Do sexteto do seriado Friends, Jennifer Aniston sempre demonstrou ser a única que conseguiu seguir uma carreira no cinema depois do término do programa. A ex de Brad Pitt tem se empenhado nas telas e vem emendado um filme atrás do outro nos últimos anos (leia quadro ao lado), a maioria comédias românticas como Separados pelo Casamento, que tem estréia nacional hoje.

No filme dirigido por Peyton Reed (Abaixo o Amor), Aniston faz par com seu atual namorado, Vince Vaughn, que vem de protagonizar o grande sucesso Penetras Bons de Bico, a grande surpresa da temporada passada nos EUA, arrecadando mais de US$ 200 milhões nas bilheterias.

A história é simples. Gary Grobowski (Vaughn), dono de uma empresa que organiza passeios turísticos por Chicago, e Brooke Meyers(Aniston), que trabalha em uma galeria de arte, se conhecem e se apaixonam. Os dois primeiros anos do casal são contados a partir de um artíficio interessante na abertura do filme – seqüência de várias fotos felizes, em festas com amigos. Mas a dupla tem uma briga feia e decide se separar, tendo que morar junta por um tempo enquanto não vende o apartamento comprado em parceria.

A obrigação de dividir o mesmo teto mesmo depois da separação é o mote para o humor da trama. Mas, como tem sido comum em muitas comédias, as melhores piadas já estão no trailer da produção: um pretendente de Brooke que prefere jogar videogame com Gary em vez de sair com ela; a depilação "Telly Savallas" (o Kojak) que a moça faz para atrair o namorado; o irmão chato de Brooke enchendo o saco de Gary – está tudo lá, resumido no clipe de dois minutos.

Mas vale lembrar da última cena citada, que é a mais divertida e acontece logo no começo do filme, sendo o estopim para detonar de vez a relação do casal. A moça convida a família de ambos para jantar. Até aquele momento, os dois grupos não se conheciam (o que é meio estranho numa relação tão apaixonada de dois anos, mas, vá lá, é um filme mesmo). Como era de se esperar, os Grobowski e os Meyer são completamente diferentes, mas tudo vai correndo bem até o irmão de Brooke resolver falar. A seqüência termina de forma hilária, com o pentelho cantando "Owner of a Lonely Heart", grande sucesso da banda inglesa Yes, na cara de um apavorado Gary. Só vendo mesmo para entender a graça.

Mas depois dessa cena não há muito mais na produção, pois o diretor tenta sustentar quase a trama inteira apenas nas piadinhas sobre a separação, o que não é o bastante. Outras situações paralelas poderiam ter sido melhor exploradas, como a ascendência polonesa de Gary, da qual ele parece ter muito orgulho, sua relação com os dois irmãos, sócios na firma de passeios. Há também a louca dona da galeria onde Brooke trabalha, interpretada pela sempre ótima Judy Davis, que mal aparece no filme.

A visão da história também é bem machista – o roteiro é baseado em um argumento do próprio Vaughn. Fica difícil acreditar que, nos tempos atuais, uma mulher tão sofisticada como Brooke (ao menos é assim que ela é apresentada) agüente por tanto tempo a grosseria do seu parceiro. Mesmo fugindo do final romântico clichê, Separados pelo Casamento ainda termina de uma forma vazia e meio sem sentido. GG1/2

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