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Matadores de Vampiras Lésbicas: graça na precariedade | Divulgação
Matadores de Vampiras Lésbicas: graça na precariedade| Foto: Divulgação

São Paulo - Matadores de Vampiras Lésbicas começa por ser um título à procura de um filme. E o longa que dele resulta, em cartaz nos cinemas atualmente, entrega exatamente aquilo que se pode esperar. É uma comédia de horror de pequeno orçamento e alcance limitado, mas não sem apresentar um encanto que procede da própria precariedade.

Temos ali dois amigos: o gordo e expansivo Fletch (James Corden), palhaço que perdeu o emprego por ter agredido uma criança, e o tímido Jimmy (Matthew Horne), que levou o enésimo fora da namorada.

Para curar as mágoas de Jimmy, eles decidem fazer uma viagem. O acaso os leva a Crag­­wich, um vilarejo no País de Gales onde Jimmy pretende percorrer trilhas. Isso acontece para desgosto do amigo, que só sabe falar de mulher.

Cragwich é um reduto de vampiras. E claro que, para efeito paródico, existe por trás de tudo uma lenda de tempos imemoriais a respeito do combate entre uma vampira e um valente cavaleiro, ou algo assim, de que Jimmy, descobrir-se-á, é o último descendente.

Uma história tipo Rei Artur mais O Senhor dos Anéis revista por Monty Python.

Ao todo vai se somar uma Kombi com um grupo de belas garotas de pernas de fora, estudantes de mitologia ou antropologia. Tudo que as vampiras e Fletch esperam para atacar, embora por métodos diversos.

Embora exista aqui a vinculação à tradição do filme britânico de terror, esse vínculo é obviamente indireto. É mais à tradição do descompromisso que ele nos remete.

E o tipo de descompromisso sugerido faz de Matadores... o tipo de filme em que se pode entrar porque a sala ao lado estava cheia, sem sair de lá insatisfeito, mas com a perfeita convicção de que existe ali algo de supérfluo.

É a evocação de uma tradição popular do cinema que já não existe, e que, quando se manifesta, é quase sempre, como aqui, sob a forma de um vampiro, isto é, de um morto-vivo.

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