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O espetáculo A História do Homem Que Ouve Mozart... prende o espectador pela sinestesia | Divulgação
O espetáculo A História do Homem Que Ouve Mozart... prende o espectador pela sinestesia| Foto: Divulgação

GUIA GAZETA DO POVO

O Guia Gazeta do Povo selecionou programas imperdíveis para você fazer na cidade logo após ver uma peça durante o Festival de Curitiba. Que tal esticar a noite com um jantar romântico, uma balada ou um barzinho para tomar aquela cerveja gelada com os amigos?! Assista ao vídeo e veja as dicas

A partir do título A História do Homem Que Ouve Mozart e da Moça ao Lado Que Escuta o Homem (confira o serviço completo do espetáculo) já é possível apreender muito sobre a peça que estreia hoje, no Teatro Paiol, dentro da Mostra 2011 do Festival de Curitiba. Basta uma leitura mais atenta para perceber: o homem e a moça estão mergulhados em universos próprios, que não se comunicam.

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Vizinhos de quarto em uma pensão que remete à atmosfera do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiodor Dostoiévski, o homem e a moça dividem o mesmo espaço no palco: ele acompanhado de Mozart (com quem ele imagina falar e cuja música imagina escutar) e ela de uma coleção de bonecas destruídas, que tenta reconstruir. Junto deles, está o público, que é trazido para dentro da encenação, seguindo os preceitos do ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês Antoine Artaud (1896-1948), principal influência do diretor Luiz Antonio Rocha na criação da linguagem do espetáculo.

"O mais importante é a capacidade metafórica do conteúdo. São dois quartos onde vivem duas pessoas quase suicidas, mas, fisicamente, não existe uma parede que os separa. A incomunicabilidade é que cria paredes onde elas não existem e isso é algo bastante comum na vida real, que pode ocorrer entre marido e mulher, por exemplo", explica o ator Roberto Birindelli, que interpreta o homem (a moça é vivida por Adriana Zattar).

Em sua terceira temporada, A História do Homem Que Ouve Mozart... chega a Curitiba após duas temporadas no Rio de Janeiro – uma na Cia. dos Atores e outra no Sesc Tijucas, para onde volta após o Festival de Curitiba. Em ambas as ocasiões, um dos elementos que mais chamou a atenção de público e crítica foi a cenografia, que investe na água como alegoria para demonstrar a umidade das relações e as infiltrações do tempo. "O cenário é muito sugestivo. A peça funciona de modo sinestésico [uma percepção que evoca outra de maneira espontânea]. Os sentidos captam a urgência dos personagens. É como a cena da chuva de sapos no filme Magnólia (1999). Você sabe que aquilo é impossível de acontecer, mas compreende o significado e a importância dela na história", explica Birindelli.

Mais conhecido como produtor de elenco da Rede Globo, Luiz Antonio Rocha foi chamado pelo autor da peça, o carioca Francis Ivanovich, para dirigir essa, que é a terceira proposta construída a partir do texto. Segundo Birindelli, essa versão é a mais física e densa. "A direção do Luiz é muito cuidadosa e inventiva. Para quem não conhece seu trabalho no teatro, vale a pena conferir. Nada podia soar falso. A complexidade de cena reflete a complexidade da vida", destaca.

Serviço: A História do Homem Que Ouve Mozart e da Moça ao Lado Que Escuta o Homem (confira o serviço no Guia Gazeta do Povo). Direção de Luiz Antonio Rocha. Com Roberto Birindelli e Adriana Zattar. Teatro Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340. Dias 4 e 5, às 21 horas. Ingressos a R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos.

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