“Não quero ser famosa. Quero reconhecimento ”, diz Bárbara| Foto: /Divulgação

A escritora curitibana Bárbara Malcut, ex-repórter mirim da Gazeta do Povo, publica, neste sábado (7), seu segundo livro de ficção, “Valentina e os Elementais: Moradores do Subterrâneo”, pela editora portuguesa Chiado. Ela estará às 10h30, na Casa de Leitura Wilson Bueno, no Portão, para o lançamento aberto ao público.

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Inserida desde cedo no universo da escrita, Bárbara foi repórter da Gazetinha – extinto caderno infanto-juvenil da Gazeta do Povo – em 2007. Nesse período, ela entrevistou personalidades e escreveu reportagens para o jornal. “Foi uma emoção indescritível ver o texto que eu e outros colegas escrevemos no jornal.”

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Infância

Assim como Valentina (a protagonista do novo livro), a autora se inspira nas leituras que a mãe fazia para ela na infância. Filha de mãe solteira, adorava um livro novo e tem algumas memórias que insiste em guardar. “O livro para mim sempre foi um presente. Tenho até hoje a coleção de História e Lendas do Brasil, que a eterna tia Regina narrava no livro”, diz.

Para ela, tudo é resultado da infância feliz que teve ao lado da mãe, da avó, dos vizinhos e do amigo Felipe — “companheiro de muitos livros, exposições e muitos filmes”. A esta infância, Bárbara dedica o novo livro. “É para a Bárbara que ainda não cresceu e que ainda continua aprendendo.”

Dicas para seguir a carreira de escritora, por Bárbara Malcut

Confira as dicas da autora para começar com o pé direito
  1. Seja diversificado e estude um pouco de cada coisa
  2. Pratique com uma produção de texto semanal
  3. Leia outros gêneros (de biografias a ficção cientifica) para conhecer o seu mercado
  4. Aprenda aceitar críticas
  5. Não desista. Para publicar um livro é necessária muita paciência

Início

Com o incentivo da família, a jovem escritora começou cedo. Aos 12 anos escreveu a peça “Tênis ou Salto Alto” sobre o universo da adolescência. “Era um situação muito confusa, porque não sabia se ainda era criança ou se estava me tornando mulher”. Aos 16, escreveu seu primeiro livro, “Ilha Das Pedras Verdes”, inspirado nas aulas de cultura religiosa e filosofia, que apresentaram a ela e à turma de ensino médio o mito da caverna de Platão.

Naquela época ansiava ser famosa. Hoje, aos 23, deixa a ambição de lado e quer que suas obras sirvam como fábulas aos leitores. “O mercado editorial brasileiro é muito difícil, mas desistir não está entre as minhas opções”.

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Já adulta, mas atraída pelo público infanto-juvenil, “Valentina e os Elementais: Moradores do Subterrâneo” foi inspirado por um desafio pessoal da escritora: produzir um texto de ficção voltado ao público adolescente. Escrito em primeira pessoa, a inspiração para o roteiro é inusitada: a discussão de duas crianças sobre a existência de gnomos no recreio.

Bárbara na época de Gazetinha 

Projetos

A autora tem projetos ainda em fase inicial para abarcar um universo que ainda só está na memória: os livros infantis didáticos e lúdicos — aqueles que emitem sons e saltam às vistas dos pequenos pelas texturas, cores e dobraduras — mas em uma versão digital. “É necessário muito para investir nesse segmento, mas com a web é muito mais democrático para o autor independente.”

Defensora da infância vivida plenamente, Bárbara reclama dos jovens quererem sempre pular uma fase. “Lembro-me da voz da minha mãe dizendo para aproveitar a minha infância, porque eu teria a vida toda para ser adulta”.

A autora, oito anos depois do primeiro livro, mudou suas pretensões adolescentes. Ser famosa ficou em segundo plano. Agora deseja que seu leitor veja qualidade em seus livros e possa a reconhecer por isso.

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