A morte de Don Adams, o eterno Agente 86, na semana da estréia brasileira de "A feiticeira" ("Bewitched"), é sintomática. A série protagonizada por ele nos anos 60 também agregava ingenuidade ao american way of life. Tal ingenuidade levava aos televisores uma América poética e idílica. Os criminosos, no máximo, eram ladrões de galinha. Hoje em dia, soam apenas distantes e nostálgicas histórias puras e líricas como as do "Agente 86" e de "A feiticeira".
Não bastasse ir na contramão das evidências - há muito os jardins das casas americanas são murados e há mais o que se temer do que fofocas de vizinhos - a comédia romântica dirigida e roteirizada por Nora Ephron ampara-se num fiapo de história. Os produtores parecem acreditar que basta um elenco de peso para ter um bom filme. O enredo é tão banal que nem mesmo Nicole Kidman, Will Ferrell, Michael Caine e Shirley MacLaine conseguiram recuperar os US$ 85 milhões investidos na produção.
Ator mala (Ferrell) teme cair no ostracismo caso tenha que dividir cenas da refilmagem de "A feiticeira" com uma atriz conhecida. Encontra Isabel (Kidman), um rosto desconhecido que tem todo o traquejo para o papel. Só que Isabel é realmente uma bruxa boazinha. O resto é um festival de obviedades.
Esta versão fica longe de bisar o charme e a graça de "A feiticeira". Seria melhor preservar a memória de Samantha, congelando na lembrança a nostalgia provocada por Elizabeth Montgomery e por dias bem mais amenos.
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