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“Estamos avançando para atingir o Brasil inteiro e temos a obrigação de atender a todas as demandas culturais. Muitas vezes existe uma dificuldade burocrática, e outras uma dificuldade de preparo para a elaboração de projetos. Mas entramos hoje em regiões remotas do Brasil, em trabalhos conjuntos com o Ministério da Justiça.”
Juca Ferreira. ministro da Cultura | Antonio Cruz/ABr
“Estamos avançando para atingir o Brasil inteiro e temos a obrigação de atender a todas as demandas culturais. Muitas vezes existe uma dificuldade burocrática, e outras uma dificuldade de preparo para a elaboração de projetos. Mas entramos hoje em regiões remotas do Brasil, em trabalhos conjuntos com o Ministério da Justiça.” Juca Ferreira. ministro da Cultura| Foto: Antonio Cruz/ABr

O 2.º Congresso de Cultura Ibero-Americana, que acontece em São Paulo desde a última quarta-feira, acaba hoje com a inauguração de uma exposição sobre o encontro no Museu Afro Brasileiro. Em três dias de evento, o tema Cultura e Transformação Social esteve em pauta. Foram debates e painéis diversos que reuniram representantes políticos de 22 países e personalidades da cultura ibero-americana, como o cineasta argentino Fernando Solanas e o jornalista e escritor cubano Omar Gonzáles Jiménez.

A abertura do evento contou com a presença do ministro da cultura do Brasil Juca Ferreira. "Te­­mos que entender que nossa di­­ver­­sidade cultura é nosso maior pa­­trimônio, e não um problema", dis­­se Ferreira, na abertura da mesa redonda, que contava também com os ministros da cultura da Ar­­gentina, Espanha e Paraguai.

O tom do congresso foi sobre a capacidade de transformação da cultura, seja ao criar líderes so­­ciais, ter o meio ambiente como preocupação ou fugir da "hegemo­­nia cultural dominante", co­­mo de­­finiu Jorge Coscia, ministro da cultura da Argentina.

"Temos que construir simetrias e não hegemonias. Ver mais filmes de nosso países vizinhos, por exemplo", disse o político.

Descentralização

Ao final do encontro, o ministro Juca Ferreira concedeu uma entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. Entre outros assuntos, comentou sua visita recente ao interior do Paraná e também sobre a utilização dos benefícios da Lei Rouanet por Caetano Veloso.

"Em Mallet, eles preservam uma cultura eslava, mas eles são brasileiros. O que disse de substancial lá é que o Brasil é generoso o suficiente para não exigir que eles deixem suas características culturais para trás", disse Ferreira.

Segundo o ministro, antes do governo Lula, 80% dos recursos do Ministério da Cultura eram destinados às cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. "Estamos avançando para atingir o Brasil inteiro e temos a obrigação de atender a todas as demandas culturais. Muitas vezes existe uma dificuldade burocrática, e outras uma dificuldade de preparo para a elaboração de projetos. Mas entramos hoje em regiões remotas do Brasil, em trabalhos conjuntos com o Ministério da Justiça. É a cultura sendo utilizada como instrumento de construção da cidadania e de qualificação das relações humanas", explicou o político.

O Vale-Cultura, projeto que pretende oferecer R$ 50 por mês por trabalhador para o consumo de bens culturais, será votado semana que vem na Câmara dos Deputados, em Brasília, e depois segue para a aprovação do Senado.

"Acho que não haverá problema algum. Há emendas com as quais não simpatizamos, como a que visa a estender o dinheiro para outras finalidades, como o esporte. Mas há outras positivas, como a que pretende estender o benefício aos funcionários públicos", disse o ministro baiano.

O fato de ter nascido no mesmo estado que Caetano Veloso foi, se­­gundo o político, o fator que desencadeou a polêmica em torno da utilização dos benefícios da Lei Rouanet pelo músico em sua última turnê.

"Ele não chegou a utilizar o di­­nheiro, mas vai utilizar porque foi aprovado. O fato é que não podemos prescindir dos nossos grandes artistas. Arte e cultura tem um pa­­pel estratégico para a vida social. Os grandes artistas são os melhores tradutores dessa experiência. Eles podem até não precisar de nós porque se viabilizam com o mercado, mas, por outro lado, precisamos ampliar o público desses artistas e garantir que a repercussão de sua arte vá além do que o mercado pode oferecer", disse o ministro, referindo-se ao barateamento do valor dos ingressos proporcionado com a utilização dos recursos públicos.

"Eu acho isso ultralegítimo. Mas eu sou baiano, Caetano é baiano. A im­­prensa quis insinuar algo e fomos vítimas de maledicência", defendeu-se Ferreira.

O jornalista viajou a convite do Sesc-SP

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