Paulo Alves, Rosana Stavis e Eliane Campelli na peça.| Foto: Marcelo Almeida/Divulgação

Quem assistiu em dezembro a “Artista de Fuga”, da curitibana Araucária Prods. Arts., não pôde deixar de lembrar da experiência nesta segunda-feira (11), quando foi divulgada a morte de David Bowie, ocorrida no domingo.

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A abertura do espetáculo se dava em grande estilo, com abertura de cortina e a voz do camaleão na trilha sonora. “Space Oddity” (1969) foi escolhida como tema inicial da peça que fala de um escritor em crise e confuso, vivendo tão intensamente suas neuroses que já está quase alheio ao mundo real.

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A peça retorna à Casa do Damaceno dias 24-27/3 e 31/3 a 2/4, sempre às 19 horas, durante o Festival de Teatro.

“Para nós, Bowie é um porta-voz desses seres que têm inaptidão ao mundo, à vida”, contou à Gazeta do Povo o diretor Marcos Damaceno. “Ele se encaixou dentro desse universo do ‘Artista de Fuga’, que fala de uma não adequação à realidade.”

É preciso acrescentar que a música veio na voz de Rosana Stavis, cuja dupla vida de cantora e atriz tem propiciado interpretações poderosas – no caso de “Space Oddity”, comparável à sua versão de “I Am the Walrus”, dos Beatles, que integrava o espetáculo “Antes da Coisa Toda Começar”, do Armazém, em 2011.

Damaceno não lembra de ter ouvido Bowie em outra trilha sonora do teatro curitibano, e diz que sempre tivera desejo de inserir o ídolo em algum espetáculo – antes mesmo da morte do astro, já havia a ideia de incluir mais canções dele na próxima temporada de “Artista de Fuga”.

“Acabou sendo uma homenagem, e Major Tom se encaixou muito bem”, diz Damaceno, referindo-se ao personagem de Bowie que estrela “Space Oddity” e ainda as canções “Ashes to Ashes” e “Hallo Spaceboy”.

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De sua parte, Rosana, que é vocalista da banda Denorex 80, sempre desejou criar um show próprio com músicas de David Bowie.