Otto apresenta o suíngue de Pernambuco ao público curitibano

Se o maior obstáculo para os artistas que se apresentaram na tenda Ecomusic era a competição com quem se apresentava paralelamente no palco principal, o pernambucano Otto conseguiu driblar essa dificuldade e levar um bom público ao seu show. Otto subiu ao palco por volta das 2 horas da manhã do sábado (14), reta final do primeiro dia do Lupaluna 2011.

O cantor iniciou a apresentação escondido num traje carregado: vestia capuz e óculos escuros. Apenas para enfrentar o frio curitibano que logo foi tomado pelo típico calor de Pernambuco, terra de origem do músico assim como do grupo que o acompanhava.

Mesmo as canções mais melancólicas de Otto carregam o suíngue da cultura afro-brasileira. A apresentação que começou tímida, cresceu aos poucos, enquanto Otto se livrava das peças de roupa que sobravam em meio ao clima de festa.

O auge do espetáculo foi a participação do cantor BNegão. Ele já tinha se apresentado algumas horas antes no mesmo palco, e ajudou Otto a fazer um verdadeiro tributo à banda Nação Zumbi, referência da cena de Recife e criadora do ritmo Manguebeat nos anos 90. Otto e BNegão cantaram a faixa "Do Caos a Lama", repetindo o verso clássico "Que eu me desorganizando posso me organizar". Destaque também para "Ciranda de Maluco", música que mais fez o público dançar.

Da metade para o fim, o show adotou uma atmosfera mais instrospectiva, reflexo do último trabalho de Otto, o disco "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos". Deste trabalho vieram as duas músicas mais emocionantes do show: "6 minutos" e "Naquela Mesa", composição de Sérgio Bittencourt.

Com algumas músicas mais alegres e outras mais sensíveis, Otto encerrou o show agradando a maior parte do público que optou pelo palco mais alternativo do Festival Lupaluna.