• Carregando...
 | Sossella
| Foto: Sossella

Quem é quem

• Comitê curatorial : Isaac Camargo (Londrina/PR), José Francisco Alves (Porto Alegre/RS), Artur Freitas (Curitiba/PR), Daniela Vicentini (Curitiba/PR), Simone Landau (Curitiba/PR).

• Artistas selecionados: Camille Kachani (São Paulo/SP), Juliana Stein (Curitiba/PR), Rodrigo Braga (Recife/PE), Tony Camargo (Curitiba/PR), Maria Nepomuceno Taborda (Rio de Janeiro/RJ), Paula Almozara (Campinas/SP), Luciano Zanette (Porto Alegre/RS), Rafael Carneiro (São Paulo/SP), Daniel Escobar (Porto Alegre/RS), Fernando Burjato (São Paulo/SP) e Dirceu Maués (Belém/PA).

• Artistas convidados: Mário Röhnelt (Porto Alegre/RS), Lúcia Koch (São Paulo/SP), Fábio Noronha (Curitiba/PR), Carina Weidle (Curitiba/PR), Dudi Maia Rosa (São Paulo/SP), Afonso Tostes (Rio de Janeiro/RJ), Rivane Neuenschwander (Belo Horizonte/MG), Nelson Felix (Rio de Janeiro/RJ), Paulo Climachauska (São Paulo/SP) e Rubens Mano (São Paulo/SP).

• Artistas convidados Mercosul: Patricio Farias (Chile), Mariano Molina (Argentina), Martín Sastre (Uruguai), Juan Tessi (Argentina), Alejandra Andrade (Bolívia), Rulfo/Raul Alvarez Lucas (Uruguai) e Jorge Francisco Soto (Uruguai).

A partir de 6 de dezembro, Curitiba vai participar com mais intensidade da discussão polêmica sobre os rumos e o valor da arte contemporânea. O dia marca a abertura da 62.ª edição do Salão Paranaense, o mais antigo do país, que tem em sua galeria de participantes ilustres nomes como Tomie Ohtake, Ianelli, Rubens Gershman e Miguel Bakun.

O evento tradicionalmente anual, sediado no Museu de Arte Contemporânea (MAC), tornou-se bienal a partir da última edição, em dezembro de 2005. Neste período, outras reformulações no formato da mostra foram feitas. A mais significativa é a divisão dos artistas participantes em três categorias – convidados nacionais, convidados do Mercosul e "participações espontâneas", ou seja, trabalhos selecionados a partir das inscrições recebidas pela organização.

"Os artistas convidados e os selecionados estabelecem diferentes discursos, pontes e relações que enriquecem o evento. A inscrição espontânea mantém o caráter democrático do salão", explica o diretor do museu, o escultor argentino Alfi Vivern.

Para este ano, um grupo de cinco curadores selecionaram 28 participantes, cinco a mais do que na edição anterior. Esta é uma das mudanças propostas pela nova gestão, que também reduziu o número de curadores (de sete para cinco) e aumentou em R$ 500 o valor do prêmio para cada participante – agora de R$ 8 mil. Desde 2005, já não se escolhem três premiados. "Os prêmios têm sido igualitários, evitando o caráter de classificação. O grande prêmio é participar do salão", considera Vivern.

O corpo curador indicou dez artistas brasileiros "com uma atuação expressiva na arte contemporânea" e selecionou 11 artistas dentre os 517 inscritos. Os sete convidados do Mercosul foram designados "pelos órgãos competentes" de seus países – Chile, Argentina Bolívia e Uruguai (ler quadro).

Entre os artistas selecionados, a maioria vive nas regiões Sul e Sudeste: quatro são de São Paulo, dois de Porto Alegre, dois de Curitiba e um do Rio de Janeiro. Apenas dois representam outras regiões do país: Dirceu Maués, do Pará, e Rodrigo Braga, de Pernambuco. Vivern enumera os critérios adotados para a seleção: "Contemporaneidade; excelência do trabalho apresentado; coerência entre a proposta apresentada e a trajetória poética do artista; análise do currículo, produção recente e a não participação na última edição do salão".

Fundado em 1944, o Salão Paranaense se esforça para acompanhar o processo de produção da arte contemporânea no país. "O salão é analisado, discutido e modificado a cada edição", explica o diretor. Propõe-se a ser uma espécie de vitrine de tendências e estimular o debate sobre a arte atual – nesta edição, o MAC promove um encontro do público com os artistas e o comitê curatorial para discutir o tema Análise da Arte Contemporânea, no dia 7, às 18 horas, no Auditório Brasílio Itiberê (Rua Cruz Machado, 87 – anexo à Secretaria de Estado da Cultura), com entrada franca.

Mas quais características do trabalho dos 28 artistas participantes são mais significativas para se discutir os rumos da arte contemporânea? Vivern não foi fundo ao responder a questão: "É a linguagem contemporânea que os une, embora cada um mantenha seu universo particular".

Afinal, que "linguagem" é essa defendida por uns e atacada por outros? No Brasil e no mundo, a crítica inflama-se ao discutir a legitimidade da arte contemporânea. Para uns, peca pela falta de técnica, linguagem e contextualização; para outros, é transgressora – o que sugere uma crise de identidade. No Brasil, um dos sintomas talvez seja a substituição das obras da 28.ª Bienal de São Paulo, em 2008, por um pavilhão vazio – uma exposição de arte sem obras de arte –, diante da falta de recursos e tempo hábil para realizar a mostra.

A discussão é instigante e, em Curitiba, ganhará estímulo com a nova edição do Salão Paranaense, onde o público, após conferir a mostra, poderá dialogar com os artistas – presentes na abertura e no debate – e tentar inserir suas obras dentro de um histórico amplo de realizações tanto do artistas quanto das artes visuais.

* * * * *

Serviço: 62.º Salão Paranaense. Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC (Rua Desembargador Westphalen, 16). Abertura no dia 6 de dezembro, às 20 horas. Horário de visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas; e sábado e domingo, das 10 às 16 horas. Informações pelo telefone (41) 3323-5327.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]