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Andréa Beltrão interpreta a mãe de classe média que entra em contato com o PCC | Divulgação
Andréa Beltrão interpreta a mãe de classe média que entra em contato com o PCC| Foto: Divulgação

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São Paulo - Salve Geral – O Dia em Que São Paulo Parou (assista ao filme e veja fotos) é um filme sobre a relação de uma mãe (Andréa Beltrão) com o filho (Lee Thalor) que vai parar em uma cadeia paulistana. Depois, vira um filme sobre a relação dessa mãe com a advogada (Denise Weinberg) da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, que pode ajudá-la a tirar o garoto da prisão. Por momentos, parece ser sobre a paixão da mãe pelo líder do PCC (Bruno Perillo). Ou sobre a amizade do filho com um colega de cadeia (Michel Gomes).

Em meio a isso, é também um filme sobre os bastidores do PCC, da luta contra o poder e de como esse embate levou ao dia em que seus integrantes aterrorizaram São Paulo, em 2006.

Cada uma dessas premissas renderia um bom filme. Somadas, resultam num produto que não chega a ser desinteressante e se segura nas interpretações de Beltrão e Weinberg, mas que se mostra um tanto disperso e não oferece tempo para o espectador se sensibilizar com os laços que se formam ou se rompem entre personagens.

Salve Geral, que representa o Brasil no Oscar, vem sendo acusado de apologia do PCC, num processo condenatório semelhante ao que ocorreu com Tropa de Elite. Pelo viés cinematográfico (não ideológico), seria melhor que fosse assim.

Pelo menos o filme teria um ponto de vista mais claro, como havia em Tropa. O problema de Salve Geral é recorrente no cinema brasileiro: a tentativa de explicar o Brasil – projeto fadado ao fracasso. O filme quer "apenas" dar conta da questão da segurança pública em SP, do funcionamento de uma organização criminosa e da falência do sistema carcerário.

Para que isso aconteça, é preciso que os personagens sirvam à trama – e não o contrário. Por isso, os protagonistas são "exemplares": uma mãe que mostra como funciona o PCC fora da cadeia, um filho que mostra como a organização é por dentro; os dois da classe média, o que facilita a identificação com o público.

É preciso ainda diálogos didáticos, que personagens falem como se discursassem. Um paradoxo interessante permeia a obra de Rezende. Há um enorme investimento na ideia de um cinema espetacular.

Em Salve Geral, isso se traduz em tiroteios, explosões – cenas de ação filmadas com uma competência acima da média no Brasil. Mas também há uma estranha falta de fé no poder da imagem e do som.

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