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O Vaticano intensificou sua ofensiva contra o filme "O código Da Vinci" nesta sexta-feira (28), dia em que uma autoridade próxima ao papa Bento XVI acusou o livro homônimo de conter várias mentiras anticristãs e convocou os católicos a boicotar o filme.

O mais recente ataque partiu do arcebispo Angelo Amato, o número dois no órgão doutrinário do Vaticano, comandado por Bento 16 antes de ele ser eleito papa, no ano passado.

Amato, em declarações dadas durante uma conferência católica realizada em Roma, disse que o livro era "profundamente anticristão" e que estava "cheio de calúnias, ofensas e erros históricos e teológicos a respeito de Jesus, dos Evangelhos e da Igreja".

O arcebispo acrescentou: "Espero que vocês boicotem o filme".

A produção do longa-metragem, lançado pela Columbia Pictures (uma subsidiária da Sony Pictures), conta com a participação de Tom Hanks no elenco e estréia na próxima semana no Festival de Cannes, na França. A Sony Pictures é o braço midiático da gigante japonesa Sony Corp.

Amato disse que o livro, escrito por Dan Brown, foi um imenso sucesso em parte por causa da "extrema pobreza cultural de um bom número de cristãos fiéis". O livro vendeu mais de 40 milhões de cópias no mundo todo.

O romance gira em torno de um caso internacional de assassinato centrado nas tentativas de se descobrir um segredo sobre a vida de Cristo, segredo esse que uma sociedade obscura tenta proteger há séculos. A maior revelação do livro é a de que Jesus teria se casado com Maria Madalena e teria tido filhos com ela.

Ao discursar na sexta-feira, Amato afirmou que os cristãos deveriam mostrar-se mais ativos na "rejeição de mentiras e de difamações gratuitas".

Segundo o arcebispo, "se tais mentiras e enganos tivessem sido dirigidos contra o Alcorão ou o Holocausto, eles teriam provocado, justificadamente, um levante mundial. Porém, quando são dirigidos contra a Igreja e os cristãos, propagam-se impunemente".

A mais recente investida de Amato faz parte de uma série de ataques semelhantes contra o livro e o filme. Antes da Páscoa, outra autoridade do Vaticano criticou "O código Da Vinci" durante um evento no qual Bento XVI estava presente. O livro e o filme foram classificamos como novos exemplos de Jesus colocado em leilão por uma onda de arte "pseudo-histórica".

O grupo católico Opus Dei afirmou à Sony Pictures que seria um gesto de respeito à Igreja a exibição de um aviso no filme deixando claro que se trata de uma obra de ficção.

No romance e no filme, a Opus Dei é caracterizada como um grupo secreto que há séculos trabalha para ocultar a verdade sobre Jesus Cristo.

A menos de um mês da estréia do filme (dia 20 de maio no mundo todo), a Opus Dei e outros grupos cristãos vêm divulgando sites na internet e realizando eventos para dizer que o romance deve ser encarado como uma obra de ficção.

O livro é um "thriller" cujos personagens principais precisam seguir pistas na esperança de encontrar uma importante relíquia religiosa. O adversário deles é um membro da Opus Dei.

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