IST vem crescendo no Brasil e no mundo
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  • Por Unimed Curitiba
  • 17/03/2020 15:00

Muito se fala em epidemias, mas não só elas merecem atenção. As infecções sexualmente transmissíveis (IST) vêm crescendo no Brasil e no mundo, sobretudo entre os mais jovens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são contabilizados diariamente mais de um milhão de casos de doenças curáveis entre pessoas com idade entre 15 a 49 anos ao redor do mundo.

As IST são causadas por mais de 30 vírus e bactérias e transmitidas, principalmente, por qualquer tipo de relação sexual desprotegida, ou seja, sem o uso de preservativo. Contudo, elas também podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gestação, no momento do parto ou durante a amamentação, e também pelo contato de mucosas, pele e sangue contaminados.

Sífilis, HIV / Aids e hepatites são IST com índices crescentes no país. Mas de acordo com levantamentos do Ministério da Saúde, gonorreia e HPV também aumentam, especialmente pelo fato de dispensarem notificação obrigatória. De todas, a sífilis é a que mais preocupa. Em 2018, foram 158 mil notificações, o que representa uma taxa de 75,8 casos para cada 100 mil habitantes — em 2017, eram 59,1 casos para a mesma proporção. “Outras doenças também têm aumentado, como as hepatites virais, que podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado, que podem levar à morte”, explica o médico infectologista e diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba, Jaime Rocha.

De acordo com o médico cooperado da Unimed Curitiba, o país registrou quase 633 mil casos dessas infecções de 2008 a 2018. O programa das Nações Unidas especializado em epidemias de Aids, o Unaids, indica que o Brasil apresentou um aumento de 21% no número de novos casos de infecções por HIV de 2010 a 2018. “O dado acende uma luz vermelha, pois estamos na contramão mundial. Enquanto aqui os casos aumentaram, o mundo registrou queda de 16%”, lembra Rocha.

Mas o que motivaria esse cenário? Para a médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em ginecologia e obstetrícia, Dulce Cristina Pereira Henriques, essas doenças são silenciosas, podendo ficar meses ou anos sem apresentar sinais e sintomas. “Por não sentirem nada, as pessoas não procuram o médico e, consequentemente, não descobrem que estão infectadas. Desconhecendo o estado da saúde, a chance de transmissão dos vírus ou bactérias é muito maior”, destaca.

E aqui entra um ponto importante: de acordo com a médica, a diminuição no uso dos preservativos, sobretudo entre os jovens, agrava o cenário.

Campanha

Atenta aos dados, a Unimed Curitiba criou uma campanha para conscientização e estímulo à prevenção das ISTs. Veiculada próxima ao início do Carnaval, época em que mais se fala sobre essas doenças, as peças seguem na mídia e também trazem reflexões a partir de situações do dia a dia em que as pessoas estão longe dos dias de folia.

De forma simples, a campanha traz peças e ações que buscam promover a reflexão sobre a importância da prevenção às IST por meio do sexo seguro. “Ao entrar no carro, uma das primeiras atitudes que tomamos é a de colocar o cinto de segurança. Trata-se de um ato que promove a segurança no trânsito. Da mesma forma, queremos estimular o uso da camisinha para o sexo seguro. Em linhas gerais, a proteção precisa ser a principal preocupação, independentemente do período ou da circunstância”, explica Valéria Lopes, supervisora da área de Marketing da Unimed Curitiba.

Além dos materiais informativos, um videocase gravado em uma ótica, com reações de pessoas reais, que buscam um novo acessório e que primam pela proteção na hora da escolha. Ao entra na ótica, como de costume, os clientes provavam diversos modelos de óculos escuros. Em um dado momento, o vendedor indica um especialista em proteção para oferecer um novo modelo para o cliente e questiona se proteção é algo importante para ele. Nesse momento, entrega uma armação sem lentes e provoca uma reflexão sobre a importância delas para a proteção solar. A atitude causa estranhamento, até o momento em que o vendedor entrega um porta-óculos da Unimed Curitiba com camisinhas dentro e a mensagem: “O hábito de se proteger do sol você já tem. Faça o mesmo com a camisinha”. O resultado foi surpreendente e pode ser visto nas redes sociais da cooperativa curitibana.

IST

Se as pessoas já foram estimuladas à proteção, é importante que elas saibam a quais doenças estão diretamente suscetíveis caso não a façam. Para elucidar alguns pontos cruciais como prevenção, sintomas e tratamento, os médicos da Unimed Curitiba Dulce Henriques e Jaime Rocha elencaram algumas das principais IST e compilaram os pontos mais relevantes sobre cada uma delas. Confira.

  • HIV: o vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids, tem várias fases. Na primeira, entre duas e quatro semanas após a infecção, o paciente manifesta sintomas semelhantes aos de uma gripe. Na sequência, um estágio assintomático, quando o HIV está ativo, mas reproduz em níveis muito baixos. Porém, com o aumento da frequência, as células de defesa passam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. Neste momento, voltam os sintomas, mas desta vez, os mais comuns são febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A fase da infecção, a da Aids propriamente dita, acontece quando o sistema imunológico já está comprometido, favorecendo o aparecimento de doenças como as hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Ainda que não tenha cura, a doença é tratada com medicamentos antirretrovirais que paralisam a multiplicação do vírus no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. A melhor maneira para evitar a contaminação é a prevenção, especialmente pelo uso de camisinha durante as relações sexuais.
  • HPV: O Papilomavírus Humano é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, e pode causar câncer de boca, esôfago, ânus, pênis, vulva, vagina e colo do útero. É comum aparecerem verrugas e feridas, que são tratadas por meio de medicamentos ou cirurgias. O melhor método de prevenção é a vacina – para crianças e adultos de todos os sexos e em todas as idades - , além do uso de preservativo e a realização anual, no caso das mulheres, do exame papanicolau.
  • Sífilis: a doença é causada pela bactéria Treponema pallidum e apresenta diferentes fases. Na primária, o principal sintoma é uma ferida, que normalmente aparece entre 10 e 90 dias após o contágio no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca, por exemplo). A lesão não dói, não coça e não arde. Já na secundária, entre seis semanas e seis meses após o surgimento e cicatrização da ferida inicial, podem surgir manchas no corpo, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas. A última é a terciária, que pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção e podem ocorrer lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Se não tratada, pode levar à morte. A boa notícia é que a doença tem cura, com uso de medicamentos. Para prevenção, o mais indicado é o uso regular da camisinha feminina e/ou masculina.
  •  Clamídia e gonorreia: também são causadas por bactérias e podem atingir os órgãos genitais, a garganta e os olhos. As duas doenças são quase sempre assintomáticas. Porém, quando apresentam sintomas, os mais frequentes são corrimento vaginal com dor no baixo ventre e dor ou sangramento durante a relação sexual (mulheres) e corrimento no pênis, ardor e esquentamento ao urinar e dor nos testículos (homens). Se não tratadas, podem evoluir para outras doenças e até mesmo causar infertilidade, aborto ou parto precoce. Ambas são tratadas com o uso de antibióticos. Para a prevenção, uso de preservativo durante as relações sexuais.
  • Hepatite viral: É uma inflamação do fígado, causada por vírus e classificada em A, B, C, D e E. Os tipos transmitidos por relação sexual são B, C e D. Entre os principais sintomas, dor abdominal, diarreia, náusea, vômito, intolerância a cheiros, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras, mal-estar e dor no corpo. O tratamento de ambas é feito com medicamentos antivirais, que tem como objetivo fazer com que a doença não evolua para cirrose e câncer de fígado. Exceto a C, as hepatites podem ser evitadas por meio da imunização (vacinas).  Neste caso, específico, a melhor forma de se prevenir é não compartilhar objetos de uso pessoal e cortantes como alicates de cutículas, além de usar preservativo. No caso da D, é preciso evitar contrair a hepatite B, já que elas estão relacionadas.
  • Herpes genital: provocada pelo vírus do herpes simples, gera lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Entre os sintomas, ardor, coceira, formigamento e gânglios inflamados. A doença não tem cura e aparece e desaparece espontaneamente. Para a prevenção, o mais indicado é o uso do preservativo.

    Tricomoníase: causada pelo Trichomonas vaginalis, tem como sintomas corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado, com mau cheiro, além de dores durante a relação sexual e sangramento ao urinar. Nos homens, costuma ser assintomática, mas pode provocar uretrite, com secreção espumosa ou purulenta. É tratada com medicamentos via oral, bem como cremes. A prevenção, mais uma vez, é por meio do uso de preservativo.

Sobre a Unimed Curitiba

A Unimed Curitiba é a maior operadora de plano de saúde do Paraná e está entre as maiores do Sistema Unimed Brasil. Fundada em 1971, conta com mais de 4.500 médicos cooperados de diferentes especialidades e um laboratório próprio de exames e análises clínicas, a Unimed Laboratório, que possui uma Megaunidade e mais 19 unidades de atendimento distribuídas em Curitiba e municípios da Região Metropolitana. Além disso, dispõe de uma rede credenciada com mais de 380 prestadores, entre hospitais, clínicas e outros laboratórios, que atendem a mais de 530 mil clientes. A marca Unimed é Top of Mind 26 vezes ininterruptas, pelo Prêmio World Branding Awards que anualmente reconhece as principais marcas do mundo. A Unimed do Brasil também a única marca brasileira eleita na categoria Planos de Saúde pelo National Award. Saiba mais em unimedcuritiba.com.br ou acesse as redes da cooperativa no Facebook, Instagram e LinkedIn.