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Série do AppleTV+

Para fãs de “O Sexto Sentido”, “Passado” traz Billy Crystal como viúvo intrigado

O ator de 77 anos Billy Crystal está na série de suspense "Passado", do Apple TV+
O ator de 77 anos Billy Crystal está na série de suspense "Passado" (Foto: Divulgação Apple TV)

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Se o leitor aprecia histórias como a de O Sexto Sentido, o icônico thriller psicológico/espiritual de M. Night Shyamalan, com Bruce Willis, provavelmente se interessará por Passado (Before). O seriado, cuja primeira temporada está disponível no Apple TV+, é estrelado pelo ator Billy Crystal (Harry e Sally: Feitos um para o Outro, Máfia no Divã).

E, se o leitor sabe de qual filme falamos, sabe também quão crucial é saber pouco ou quase nada sobre o final. Nesses casos, spoilers de fato estragam a experiência, daí porque evitaremos entrar nos detalhes da trama, salvo naquilo que é informado desde o início, nas sinopses, inclusive. De qualquer forma, caso o leitor prefira nada saber, é recomendável parar por aqui a leitura.

Crystal interpreta um psiquiatra infantil, Eli Adler, mergulhado no luto pela morte de sua esposa quando um menino chamado Noah aparece em sua vida sem motivo aparente, intrigando Eli que passa a atendê-lo como médico. A partir de então, as histórias pessoais de ambos vão se interligando cada vez mais até tudo ser esclarecido no último episódio.

Por não ser fácil reproduzir o suspense e o ritmo de um thriller quando se opta por um seriado com 10 episódios, a estratégia dos criadores foi a de criar episódios relativamente curtos, de menos de meia hora e repletos de cliffhangers – uma técnica narrativa comum em seriados, onde um episódio termina com uma situação de grande tensão, mistério ou perigo que fica sem resolução imediata, deixando o público ansioso pela continuação, ocorrendo apenas no episódio seguinte.

Como não podia ser diferente, também são abundantes em Passado os tropos tradicionais de obras de suspense ou terror, como o próprio título já indica, referindo-se a um passado sombrio que conteria a explicação do presente. Há também a presença de algo sobrenatural nos lugares, especialmente na casa de Eli; também o uso de uma casa abandonada em um lugar afastado. E, claro, o uso de sons ambientes misteriosos acompanhados de uma trilha sonora que “dá nos nervos” do espectador.

Sangue comedido

Ou seja, aos apreciadores do gênero, o seriado entrega o que se espera. O que não significa que afasta outros espectadores, pois faz uso comedido do gore, não exagerando nas cenas de sangue ou representação explícita e gráfica de violência e mutilação. São breves os momentos de desconforto, não muito diferente do que se sente em filmes de ação, policiais ou de guerra. O seriado consegue não se fechar em um gênero apenas.

Ainda assim, a estratégia de 10 episódios curtos não funciona tão bem. Os mistérios (que parecem ser vários) se arrastam demais, cansando o espectador com revelações parciais que parecem mais do mesmo por pouco elucidar o que se passa. Faz com que demore demais também para chegar ao clímax do último episódio, que é de fato um clímax, como acontece em O Sexto Sentido.

Billy Crystal interpreta um psiquiatra infantil em luto pela morte de sua esposaBilly Crystal interpreta um psiquiatra infantil, Eli Adler, em luto pela morte de sua esposa (Foto: Divulgação Apple TV)

Por isso mesmo, a impressão que fica depois de assisti-lo é a de que o seriado seria (bem) melhor se fosse transformado em filme, tendo metade da sua duração, sem prejuízo de sua história. Ao contrário, a intensidade dramática se elevaria, sem cansar o espectador, com o clímax sendo muito mais impactante pela descarga da tensão emocional concentrada até ali, algo que se dispersa ao longo dos episódios no formato de série.    

  • Passado
  • 2025
  • 10 episódios
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível no Apple TV+

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