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A atriz Keri Russell vive a diplomata que dá nome à série da Netflix
A atriz Keri Russell vive a diplomata que dá nome à série da Netflix| Foto: Divulgação Netflix

Kate Wyler (Keri Russell) é uma diplomata americana de reconhecido prestígio em conflitos no Oriente Médio. Diante das numerosas tensões do Ocidente com o Irã, o presidente dos Estados Unidos pede a ela que se mude para Londres como embaixadora para poder realizar uma função de diplomacia e coordenação com a Inglaterra e assim conter a crise internacional.

A atriz Keri Russell começou a fazer cinema e televisão em trabalhos edulcorados, que aproveitavam o encanto que ela transmitia na tela, casos de O Som do Coração (2007) e Decisões Extremas (2010). Sua carreira deu uma guinada radical com a série Os Americanos (2013), uma ficção fora do comum que teve seis temporadas, na qual Keri interpretava uma espiã russa infiltrada nos Estados Unidos. A série, ainda assim, recebeu críticas por uma insistente sensualidade que também está presente, em menor medida, em A Diplomata – que, diga-se, é um dos grandes destaques da Netflix na atualidade.

A criadora da série é Deborah Cahn, uma escritora veterana que tem no currículo êxitos como Homeland – Segurança Nacional (2011) e Fosse/Verdon (2019). O roteiro é muito dinâmico e verossímil ao mostrar os bastidores da política internacional, muitas vezes marcada demasiadamente pelo caráter bipolar e populista dos grandes líderes mundiais. Tanto o presidente americano como o primeiro ministro britânico exibem um perfil que não deixa de ser estereotipado e primário ao lado dos visionários diplomatas. Apesar desse evidente maniqueísmo, a engenhosidade dos diálogos e reviravoltas dramáticas é inquestionável, com um elenco selecionado com muito talento, que transmite o carisma dos que ostentam o verdadeiro poder (ainda que sob a sombra do anonimato).

As relações profissionais entre os diplomatas têm brilho e sutileza, mas naufragam ao querer incluir uma afetividade muito superficial e precipitada. Dessa forma, a crise no casamento da protagonista, que poderia dar uma maior densidade dramática aos personagens, acaba sendo um acessório pouco coerente com a complexidade da ficção. A Diplomata possui elementos para competir com os dramas políticos de Aaron Sorkin (The West Wing/Nos Bastidores do PoderJogos do Poder), mas termina mais próxima do nível inferior de séries como Sobrevivente Designado (2016) e Madam Secretary (2014).

© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.

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