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| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo

Cinco Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Curitiba vão deixar de atender crianças das fases pré I e pré II em tempo integral a partir de 2019 - como já ocorre com o CMEI Nice Braga, no Portão. No próximo ano, os CMEIs Lala Schneider (Bairro Novo), Saturno (Santa Felicidade), Cinderela (Pilarzinho), Vila Macedo (Cajuru) e Vila Verde (CIC) não irão abrir novas vagas para alunos de 4 anos em tempo integral. Os pais terão que optar pelo período do manhã ou pelo da tarde. Por causa da mudança, os servidores dessas unidades irão paralisar as atividades nesta quinta-feira (22).

Além disso, o possível fechamento de 20 turmas do 6.º ano de Ensino Fundamental na rede municipal também já mobiliza professores. Leia mais sobre essa questão abaixo.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc), caso todos os docentes decidam aderir à mobilização dos CMEIs, mães e pais serão orientados a retornar com seus filhos para casa. Ainda durante a manhã, um grupo fará um ato de protesto em frente à prefeitura, no Centro Cívico.

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O impasse que envolve os CMEIs começou há algumas semanas, quando a Secretaria Municipal de Educação (SME) anunciou que, a partir do ano que vem, essas cinco pré-escolas só serão de tempo integral para crianças já matriculadas. Pais que ainda irão inscrever seus filhos na fase terão de optar por atendimento apenas na parte da manhã ou apenas à tarde.

Até esta quarta (21), a prefeitura ainda não havia definido os turnos de atividade e, embora afirme que a medida não irá afetar a comunidade, o Sismuc alerta que haverá perdas, principalmente porque as crianças deixarão de ser atendidas por especialistas em educação infantil.

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Meio período

Coordenadora-geral do sindicato, Christiane Izabella Schunig afirma que a estrutura das turmas em meio período “troca” os dois professores de educação infantil de cada turma por um professor de docência e um estagiário. Além disso, a novidade tem deixado descontentes pais e mães que não estariam de acordo com a ideia. “A prefeitura diz que a mudança é vontade de pais e mães, mas não é isso que a gente tem visto com a comunidade. Muitas mães trabalham o dia inteiro e precisam de vagas em período integral”, afirma.

A prefeitura, contudo, nega que a medida vá causar algum tipo de transtorno para a comunidade. A Secretaria Municipal de Educação, que se refere à medida como uma “otimização”, garante que crianças já matriculadas em regime integral e que no ano que vem vão para o pré I poderão optar pelo regime integral, se quiserem. Já novos alunos desta etapa serão atendidos apenas de manhã ou de tarde.

A superintendente de Gestão Educacional da secretaria, Elisângela Mantagute, também garante que atendimento em meio período não será o padrão nos CMEIs de Curitiba. “O que nós estamos fazendo com essa mudança é atender o que algumas famílias querem. A prefeitura entende que não pode mudar todos os CMEIs para tempo parcial porque isso geraria um transtorno muito grande para a população”, destaca.

Conforme a prefeitura, não há um protocolo formal de pedidos dos pais para a criação de centros de atendimento em meio período e que as sugestões eram repassadas informalmente pela diretoria de cada unidade. A secretaria explica ainda que os CMEIs que passarão pela readequação são espécies de “pólos” próximos a outras unidades, o que faz com que a comunidade tenha vaga garantida tanto em meio turno como em turno integral.

Ensino Fundamental

O ano letivo de 2019 também pode começar com mudanças no Ensino Fundamental da rede municipal de ensino. Levantamento do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) aponta que há possibilidade de que 20 turmas do 6º. ano em escolas da prefeitura deixem de existir no próximo ano.

Embora a segunda etapa do Fundamental (do 6º. ao 9° ano) seja de responsabilidade legal do governo do Paraná, a prefeitura mantém 11 escolas para essa fase de ensino na cidade. E de acordo com o Sismmac, já se sabe que três destes colégios terão menos turmas de 6°. ano a partir de 2019: Maria Clara Brandão Tesserolli, no Novo Mundo, e os Caic Bairro Novo, no Bairro Novo, e Cândico Portinari, na CIC.

O Sismmac informou que já enviou um ofício para a prefeitura solicitando números oficiais de quantas turmas em quais escolas serão fechadas. A reportagem também questionou o dado para a Secretaria Municipal de Educação, que respondeu ainda não ter a lista fechada.

De acordo com uma das diretoras do Sismmac, Viviane Bastos, as turmas que serão mantidas vão absorver apenas os alunos já matriculados nas escolas, enquanto os de fora devem, provavelmente, ser direcionados para escolas estaduais. “Não que a gente não acredite na escola estadual, mas isso pode representar uma queda na qualidade do ensino desses alunos porque as escolas da prefeitura são muito boas. E a gente percebe que cada ano essas turmas vão diminuindo mais. A gente só não quer a prefeitura acabe com o Ensino Fundamental [segunda etapa] em suas escolas”.

Para superintendente de Gestão Educacional da Secretaria Municipal de Educação, Elisângela Mantagute, na prática não existe fechamento de turmas, mas “a não abertura”. Segundo ela, a disponibilidade de classes nas séries finais do Fundamental depende diretamente de um levantamento feito pelo governo do Paraná, que é quem avalia a demanda de séries, inclusive, na rede municipal.

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