• Carregando...
Objetos foram recolhidos no Sítio Cercado | Guiliano Gomes e Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Objetos foram recolhidos no Sítio Cercado| Foto: Guiliano Gomes e Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Uma “limpa”. Foi dessa forma que moradores e comerciantes do bairro Sítio Cercado, em Curitiba, definiram a ação realizada nesta sexta-feira (10), pela Fundação de Ação Social (FAS), nas ruas da região. Desde as 7h, equipes da FAS foram vistas pelas ruas, realizando o recolhimento de pertences deixados para trás pelos moradores de rua que ocupam marquises e calçadas da Rua Izaac Ferreira da Cruz e proximidades. De acordo com empresários e lojistas, a situação piorou depois da instalação de um Centro POP e da Casa de Acolhida do Bairro Novo da prefeitura no bairro.

Duas Kombis da prefeitura circulavam pela rua, aparentemente cheias de objetos.Um edifício abandonado – pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus –, tornou-se um “acampamento” montado por moradores de rua, mas os objetos deixados por eles já não estavam lá na manhã dessa sexta-feira. Da mesma forma, calçadas e demais pontos de alojamento receberam a “limpa” da prefeitura.

Leia também: Com fim de abrigo, Mercado Municipal vira “condomínio” para moradores de rua

Por meio de nota, a FAS informou que as medidas desta sexta fazem parte de um conjunto de ações integradas na regional Bairro Novo, que têm por objetivo realizar o serviço de abordagem social de pessoas em situação de rua, e em conjunto com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, fazer o recolhimento de materiais (roupas, colchões, cobertores, garrafas e etc) abandonados em vias públicas. “Nesta sexta-feira, as equipes encontraram dois espaços usados como moradia, que foram retirados da via pública. Em um deles não havia nenhuma pessoa ou item de identificação. No segundo, havia um homem em situação de rua que foi atendido pela equipe da FAS e aceitou acolhimento. Ele foi levado para o Centro POP Bairro Novo, para tomar banho, receber roupas limpas e se alimentar”, explica a nota da FAS.

Na nota, a prefeitura ainda ressaltou que esse recolhimento só acontece quando os materiais não possuem nenhum item que possa identificar o dono, como documentos ou celular. No caso do item conter identificação, e na ausência do proprietário, os materiais são armazenados, identificados, e levados para o Centro POP, onde podem ser retirados.

“Maquiagem”

Para moradores e comerciantes da região, no entanto, a ação não passa de uma “maquiagem”, para tentar mascarar a real situação do bairro. Para Arnaldo Milki, morador e membro do Conselho de Segurança (Conseg) do Sítio Cercado, a ação não é eficaz. “Temos certeza que até as 22h tudo vai estar ocupado novamente. Não basta retirar as coisas sem resolver a raiz do problema”, afirmou.

Intimidados com o número de moradores de rua no bairro, vizinhos e lojistas reivindicam medidas que de fato resolvam o problema. “Queremos que o Centro POP opere dentro da capacidade e que esses moradores sejam recolocados no mercado, ou recuperados. Se tudo vai voltar a ser igual, não adianta. Do mesmo jeito que tirá-los do centro da cidade, e trazer pra cá não adianta. Não resolve o problema. Só ‘disfarça’”, disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]