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Prefeito Rafael Greca assinou regulamentação para aposentadoria dos cães da Guarda Municipal: animais trabalharão entre 8 e 10 anos. | Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná
Prefeito Rafael Greca assinou regulamentação para aposentadoria dos cães da Guarda Municipal: animais trabalharão entre 8 e 10 anos.| Foto: Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná

Os cachorros que integram a equipe da Guarda Municipal (GM) de Curitiba agora têm data para se aposentar. A regulamentação chegou no dia 8 de março, no diário oficial nº45, assinado pelo prefeito Rafael Greca (PMN), e coloca um teto de oito a dez anos de idade para os cães encerrarem suas atividades para o município. Após esse período, é lançado um edital para que os animais sejam adotados. A primeira a passar por esse processo foi Hannah, uma labrador fêmea cor de chocolate, que já está em seu novo lar. O animal tem oito anos de serviços prestados à corporação.

Usados principalmente no trabalho de farejamento de drogas na capital e Região Metropolitana, os primeiros animais da equipe foram incorporados à Guarda Municipal em 2011. De lá para cá, nenhum havia atingido oito anos — idade que já tinha sido delimitada como máxima para o tempo de serviço em uma normativa interna, de 2014. “Mas foi a partir da necessidade de aposentar a Hannah que a regulamentação mais aprofundada precisou surgir”, explica Odgar Nunes Cardoso, diretor-geral da GM.

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O processo para adotar os cães da corporação, porém, não é tão simples. De acordo com a portaria nº 7 do documento, após avaliação veterinária, determinação da aposentadoria e lançamento do edital, interessados podem se manifestar, preenchendo um formulário de proposta. “A partir de então, fazemos uma avaliação da pessoa voluntária, com uma comissão de funcionários do canil da guarda”, conta Cardoso. De acordo com o diretor, é analisado o perfil de quem quer adotar para ver se encaixa com as necessidades do cão. “Eles são animais ativos, de grande porte, não podem ser levados para qualquer lugar”, avalia.

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Primeira adoção

Hannah, por exemplo, era parte da equipe que apresenta o trabalho da Guarda em escolas e hospitais, e foi adotada por um companheiro de trabalho, o guarda Everson Ostrovski. “Eu conheci a Hannah há três anos, quando entrei para a equipe do canil. Passei um ano lidando com os cachorros, depois voltei para a atividade de rua”, lembra Ostrovski. Segundo ele, as principais atividades na época de canil incluiam levar Hannah para as apresentações, quando mostravam a pacientes de hospitais e estudantes o trabalho feito para combater o tráfico de drogas.

Os guardas Flausino e Douglas com Patrícia, esposa de Ostrosvki, no dia da adoção de Hannah.Arquivo pessoal/Everson Ostrovski

Logo que ficou sabendo do edital de adoção, Ostrovski se candidatou. “Eu sou apaixonado por cachorros, tenho mais oito em casa. E eu sei que para cuidar desses cães não pode ser qualquer pessoa”. Depois de passar por um processo de avaliação, que inclui a análise psicológica do possível dono, suas condições financeiras para manter o animal, o guarda pôde levar Hannah para casa. “Fiquei muito feliz, porque depois da convivência no canil eu acabei pegando um amor por ela”, conta.

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Na casa onde o guarda mora com a esposa Patrícia, no bairro Barreirinha, a cadela passou por um acompanhamento de equipes do canil durante os primeiros meses. Mas Hannah logo se sentiu em casa, especialmente ao ver o novo dono colocando a farda para sair para o trabalho: “Assim que ela me via de farda, ela começava a uivar, com vontade de sair de casa para brincar, que é como os cães veem o trabalho na GM”, explica Ostrovski.

De acordo com o guarda, Hannah e os outros animais do canil entendem a procura por drogas como um objetivo que garante a chance de brincar com uma bolinha. “Os cães não chegam a ter contato com a substância, eles só indicam com a pata o local onde ela se encontra. E assim que nós comprovamos o achado, é dado um momento de recompensa para ele, que é essa bolinha”, esclarece. Nas atividades em busca, segundo o guarda, os cachorros costumam passar no máximo quatro horas por dia.

Mesmo depois de oito anos de trabalho, Hannah, de acordo com o dono, parece uma cadela nova. “O pelo dela ainda é todo marrom escuro, e ela tem energia de sobra, se deixar corre o dia todo”, conta. Depois que Hannah saiu do time, ainda restam 12 cães na ativa nas funções da GM. Mas, ainda este ano, mais um labrador deve encerrar as tarefas. “Se eu pudesse, eu adotava todos os outros. Mas é o que dizem: não é o dono que adota o cão, e sim o contrário”. Entre as raças dos animais há rottweiller, pastor belga e golden retriever.

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