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Fábio Tomé recorre às floreiras da XV para deixar a bicicleta enquanto faz entregas. | Felipe Raicoski/Gazeta do Povo
Fábio Tomé recorre às floreiras da XV para deixar a bicicleta enquanto faz entregas.| Foto: Felipe Raicoski/Gazeta do Povo

Os cerca de mil metros de extensão do calçadão da Rua XV de Novembro, um dos cartões postais de Curitiba, não possui nenhum local exclusivo para estacionamento de bicicletas. O fluxo de bikes na via é intenso, seja de quem circula a trabalho ou a lazer. Mesmo assim, todos que precisam deixar o veículo por um tempinho têm de improvisar. Com isso, floreiras, árvores e bancos acabam servindo para prender as bikes, evitando que sejam levadas.

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) explica que a ausência de vagas para bicicletas é porque o calçadão não é uma via para o trânsito de bikes. O órgão da prefeitura alega que por isso não há mobiliário para bicicletas. E complementa que os locais para estacionar este tipo de veículo estão em pontos próximos ao calçadão, como a Praça Osório, a Biblioteca Pública ou ao longo da Avenida Marechal Deodoro - respectivamente no início, ao fundo e paralelo ao passeio.

Placa em uma das entradas do calçadão da XV alerta para a proibição de pedalar na via.Reprodução/Google

O entregador Fábio Tomé afirma que se houvesse local para estacionar a bicicleta facilitaria a vida de quem transita de bicicleta, principalmente a de quem trabalha como veículo, pela grande quantidade de escritórios, empresas e consultórios no calçadão. Sem essa opção, Tomé tem de recorrer às floreiras para prender a bike, o que o deixa preocupado. “O certo seria prender a bicicleta pelo quadro e pela roda, mas não tem como. Quando paro e tenho que ficar muito tempo nos lugares, fico apreensivo com a bike, porque a gente não sabe como são presas essas estruturas, que podem ser arrancadas”, argumenta.

Entregador de uma rede de lanchonetes com diversas unidades no Centro, Daimon Santos Celestino precisa recorrer à ajuda dos próprios comerciantes e outros colegas que trabalham da mesma forma para não ter a bicicleta roubada quando faz entregas na XV. “Eu paro e peço para quem está ali dar uma olhadinha. Só que tem que ser rápido, senão acabam levando mesmo”, revela.

Daimon, aliás, por pouco não teve a magrela roubada em uma das entregas no calçadão. “Um dia parei para entregar umas coisas na loja aqui do calçadão e, quando voltei, vi que o cara ia montar na bicicleta. Mas corri e consegui impedir”, aponta.

Daimon Santos Celestino tem que recorrer a outras pessoas para cuidar da bicicleta quando faz entregas. Felipe Raicoski/Gazeta do Povo

Já a atendente Alice Medeiros vai ao Centro de bicicleta a passeio e que, por ser um dos principais pontos turísticos de Curitiba, o calçadão da XV deveria ter locais próprios para as bicicletas. “você chega aqui e precisa largar a bicicleta, e faz o que? Não tem um lugar para deixar e sair passear a pé”, diz.

Onde pode

Segundo o Ippuc, paraciclos e bicicletários são implantados em locais de grande fluxo de pessoas, como terminais, parques e prédios de atendimento público, além de vias em que é permitida a circulação de bicicletas. O órgão afirma que demandas específicas sobre o assunto são avaliadas e instalações são feitas sempre próximas a equipamentos públicos. Dentro de áreas privadas é permitida a instalação, sempre respeitando a área de recuo do imóvel.

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