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Asfalto voltou a rachar na região do CIC | Atila Alberti/Tribuna do Parana
Asfalto voltou a rachar na região do CIC| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Parana

A cratera que interditou a Rua João Dembinski no primeiro semestre deste ano, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), volta a preocupar moradores da região. Uma enorme rachadura apareceu novamente no local, cinco meses depois da prefeitura finalizar as obras de reparo. A cratera fica em uma área de bosque, nos fundos do Centro de Educação Infantil Ubatuba Tambaú. Por causa dela, na época, a João Dembinski chegou a ficar quatro meses interditada, quando as fortes chuvas de janeiro fizeram com que um barranco cedesse bem ao lado de um conjunto de apartamentos. A nova rachadura começou a aparecer há cerca de um mês.

Segundo uma moradora do conjunto de prédios ao lado, a fissura era pequena e aumentou rapidamente por causa das chuvas que caíram em Curitiba nas últimas duas semanas. “Isso aqui voltou a assustar. Da outra vez, começou assim e desabou de repente. Nós estamos pedindo para as crianças que voltam da escola tomarem cuidado”, alertou a diarista Maria Jandira da Cruz, 61 anos. Ela disse que os vizinhos começaram a comentar sobre a abertura de uma nova cratera quando a cerca do terreno visivelmente entortou. “O gramado que tem ali também já está afundando”, apontou.

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E os moradores já acionaram a prefeitura pelo 156 e aguardam uma providência. “Todo mundo avisou que essa obra parecia estar sendo mal feita. Dava a impressão de que amontoaram terra e nem sequer bateram ela direito antes de recolocar o asfalto”, reclama a vendedora Glaucia Simone Wroblewski, 35 anos.

Medo de volta

Ao observar a nova rachadura de perto, que se abriu entre o meio fio e a ciclovia, por quase dez metros de extensão, nota-se que a sua aparência discreta esconde a gravidade do problema. Ela é profunda por debaixo do asfalto, demonstrando a fragilidade do terreno de sustentação. Além das chuvas que provocam infiltração, o tráfego de veículos pesados pela João Dembinski também pode estar contribuindo para um possível desmoronamento. “É grande a tremedeira do chão se você fica parado aí quando passa o ônibus Interbairros IV”, aponta João dos Santos, 50 anos, metalúrgico aposentado, que decidiu passar sempre pelo outro lado da rua para evitar um possível acidente.

Pedestres caminham com medo pela regiãoAtila Alberti/Tribuna do Paraná

“Eu vi esse negócio caindo daquela vez. Prefiro não me arriscar. Pior é que eles vão ter que interditar de novo pelo menos um pedaço da rua para consertar. Daquela vez foi um pepino e todo mundo ficava pedindo para prefeitura fazer bem feito. Olha aí, o que deu”, reclama. Segundo ele, não basta apenas jogar terra e asfaltar, mas construir um muro de arrimo justamente para evitar deslizamentos de terra. “Isso aí tinha que fazer uma sustentação igual as que se fazem lá na Serra do Mar. Senão, cai tudo”.

Manutenção

A Secretaria de Obras Públicas (SMOP) informou que técnicos do Departamento de Pontes e Drenagem farão o monitoramento da ciclovia da Rua João Dembinski a partir desta quarta-feira (24) ao longo de pelo menos uma semana para avaliar as causas das trincas no pavimento. Numa análise preliminar, o departamento considera que pode ter havido uma acomodação do solo, o que não causa riscos de queda. A SMOP informou, ainda, que após o período de monitoramento, se houver necessidade, o Departamento de Pontes e Drenagem tomará as medidas para a correção do pavimento.

Primeira cratera

Quando a cratera na Rua João Dembinski se abriu na noite do dia 30 de janeiro deste ano, em uma área de bosque, nos fundos do Centro de Educação Infantil Ubatuba Tambaú, equipes da prefeitura de Curitiba foram ao local para realizar uma avaliação e a Superintendência de Trânsito fechou as imediações para evitar acidentes. Na época, o buraco gerou problema para todos os moradores, já que, com a rua parcialmente bloqueada, os pedestres e ciclistas precisavam dividir o espaço com os carros.

Embora a explicação da prefeitura para a origem da cratera tenha sido a ruptura de uma galeria pluvial, que teria causado a erosão e o afundamento da pista, alguns moradores afirmaram que o local sempre foi assim, e que resolveu “afundar de vez” naquele dia.

Primeira cratera se abriu em janeiro e levou meses para ser fechadaMarcelo Andrade/Gazeta do Povo

No dia 31 de janeiro, um dia depois da abertura no asfalto, o prefeito Rafael Greca foi até o local e informou que um muro seria construído emergencialmente, mas as obras de reparo e da construção do muro começaram somente no dia 12 de março, 40 dias após a formação do buraco. Segundo a prefeitura, isso ocorreu por causa da chuva. Enquanto isso, o trânsito ficou parcialmente bloqueado durante todo esse período de pré-início das obras, causando mudanças no transporte coletivo da região, e a promessa era de que elas fossem concluídas em 60 dias. E foram.

Depois de mais de três meses de transtornos, a liberação do trecho bloqueado ocorreu no dia 16 de maio — 64 dias após o início das obras. A rua foi recuperada e motoristas, pedestres e moradores do bairro puderam, finalmente, se livrar dos transtornos. Após a liberação, Greca esteve no local e disse que depois da conclusão da contenção, da recuperação do talude (terreno inclinado junto à pista) e da recomposição da pista, mais melhorias seriam feitas na região onde houve a erosão.

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